tag:blogger.com,1999:blog-83512553316085674832024-03-05T03:48:30.402-03:00∃VOLutionHeleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.comBlogger49125tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-22713843093793606942014-07-10T16:54:00.001-03:002014-07-10T16:57:53.232-03:00Lucidez de uma senhora sobre a Copa, Bolsa Família e ignorância (versão irônica)<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="//www.youtube.com/embed/DlOq5ni6brg" width="480"></iframe><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>Ou para <a href="https://www.facebook.com/HelenoSchneider/posts/10152969507029428">ler direto no Facebook</a>:</b></span><br />
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<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px;">
Gente, eu vou fazer um desabafo aqui, desde já me perdoem se ofender alguém, não é minha intenção, mas eu preciso falar, tá entalado na minha garganta há muito tempo. E tomou tempo para escrever. Espero que seja informativo.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Primeiro, me desculpem se estou enchendo o saco com minhas opiniões políticas, poluindo a timeline, postando um monte. Dêem unfollow ou me excluam, não tem problema, eu já dei em muita gente (mas ainda são meus amigos, eu tento separar política de amizade).</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Segundo, vejam esse vídeo caso queiram fazer algum comentário ou vejam para uma reflexão.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Citando verbatim:</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"A África tem tanta dificuldade a mais do que o Brasil. Um pais de grande dificuldade pode sediar a Copa. E mesmo a gente sendo pobre, a gente tem condições de fazer, porque pobrema (sic) são muitos e não é só aqui. Em vista do pais africano nós somos ricos, gente."</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
(Sim, ela fala errado, mas é muito mais lúcida e inteligente do que pessoas supostamente cultas que cometem erros crassos, como "mais" no lugar de "mas").</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Desafio qualquer um a me provar factualmente que o que ela disse é mentira. Pode-se achar, claro, que não deveríamos ter sediado a Copa, mas os argumentos deveriam ser melhores do que o desta senhora. Para refletir sobre os gastos, matéria da Folha "Custo da Copa equivale a um mês de gastos com educação" <a href="http://bit.ly/gastoscopa" rel="nofollow" style="color: #3b5998; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">http://bit.ly/gastoscopa</a></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Estou cansado de gente compartilhando memes imbecis zoando do Bolsa Família, do Lula (esse molusco pinguço 9 dedos analfabeto ladrão que fala um monte de palavrão e xinga adversários em eventos internacionais e _____ completem com as ofensas preferidas), da Dilma (dentuça corrupta ladra semi-analfabeta que não sabe falar).</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Podem ver, sempre posts sarcásticos, muitas vezes desrespeitosos com ofensas e palavrões (ah mas palavrão é só o Lula que fala, gente com curso superior não fala palavrão, como até o mundo mineral está cansado de saber. Se o Lula conseguisse ler e escrever, talvez até criasse memes). Ok, ironia e sarcasmo são ferramentas válidas. Acho que xingamento revela pouca classe quando escrito ou gritado para alguém (falo palavrões toda hora).</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Estou cansado do pensamento difundido de que pobres são "burros ignorantes parasitas vagabundos sustentados pelo governo". Esse pensamento sim revela uma ignorância vergonhosa sobre o assunto. Tenho uma péssima notícia para vocês que acham que ao votar "contra" a Dilma, vão ver o Bolsa Família acabar - me entristece que a maioria das pessoas vote contra algo ao invés de a favor de algo, mas reconheço, os outros candidatos não têm plataforma clara, aí fica difícil gostar de um deles. O Bolsa Família só vai crescer. Seja com Aécio, Campos ou qualquer outro.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Estou cansado de gente zoando sem NUNCA ter posto o pé numa favela e conversado com gente pobre - conheço e conversei com moradores da Rocinha e o Alemão. Estou cansado de ver gente zoar do Bolsa Família sem NUNCA ter lido UM artigo sério que seja sobre o assunto, artigo com dados e não achismos, textos e memes preconceituosos difundidos pelo Face.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Sendo assim, se quiserem se informar um pouco e entender porque o programa é tão bem sucedido que é elogiado até pelo Banco Mundial e serve de exemplo para outros países - taí uma coisa em que inovamos e somos referência, mas claro, coisa do molusco, dos petralhas, então não conta - por favor se informem um pouco antes. Fiz o favor de juntar os melhores artigos que já li sobre o tema.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Se tem tanta preguiça de ler - não sobra tempo, a novela me consome, mas o Lula e os pobres, esses ignorantes mal educados, tem que ler. Ah esqueci que o Lula não sabe ler, podem ver que ele nunca discursa com papel - dediquem apenas 3 minutos do seu precioso tempo e leiam esse artigo da Diretora do Banco Mundial (esse órgão comunista):<a href="http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fbit.ly%2FBolsaBanco&h=YAQEz5Jwp&enc=AZMRpfUH3wdrbuM0sWK2v0vkrsPBRTOLiobM5BhAmxJAH3WoV62SDWrgRA2MGrYkwisW-51hlIgrXP2Dtf0FgTYZ9_A1p4E-vDPzDSzm-P9mAs-2BablXoTkMB7yWs5aptUmqZSzmH7VublMKMfhfoj6&s=1" rel="nofollow" style="color: #3b5998; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">http://bit.ly/BolsaBanco</a>. Se lêem inglês, tem esse outro<a href="http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fbit.ly%2FBolsaWorldBank&h=nAQHFOKyS&enc=AZObb5sipuWknor8tLwE_Q3rw2liMXi4WW4ZByfbkXyo-llcqBxu02Y5RhJAmtIP1M_r0FqYiUccxi2tkeliBMWuUFA7AT9NJmG3MxGvJAqHxF_X1u33Xw8C1-oDHbUvv5TYgrhvV-ao_ZzlTUji_jGB&s=1" rel="nofollow" style="color: #3b5998; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">http://bit.ly/BolsaWorldBank</a>.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Se tiverem mais 3 minutos, dediquem a esse artigo do Valor Econômico, esse jornal do Grupo Globo e da Folha, conhecidos antros de petralhas comunistas, que mostra o quanto o Bolsa ajuda a economia do país apesar de seu baixo custo (0,4% do PIB contra 5% gasto com juros, o popular Bolsa Banqueiro) "Cada R$ 1 gasto com Bolsa Família adiciona R$ 1,78 ao PIB" <a href="http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fbit.ly%2FValorBolsa&h=KAQHcgc4n&enc=AZPTphqIZf0nXXmgeR1CMzcV11E086rAJSz7x8khJCVlP1T9kNerOxqnsA9M0IKQ9NRRqxCaYLSgKg4oqtzYhmVjzA_hr2IwM0wcpMplKdJVfeXCOFw12VPaavUqK11gtkyuDfzj8HP6byizaPcsMKTH&s=1" rel="nofollow" style="color: #3b5998; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">http://bit.ly/ValorBolsa</a></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Se tiverem mais 5 minutos, dediquem a esse outro artigo do Valor, escrito por um dos maiores estudiosos da política e economia brasileira, Alberto Carlos Almeida <a href="http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fbit.ly%2FBolsaValor2&h=9AQHW3BZz&enc=AZP-okFXfAg5mIGMOORDj1oWwOTc9Jh8Zs4Ds646AjkiM7xLaFZTn-cA6sGzFCpvdIfg63PL06DzxKWCgopMGWTBZR_rUSQwiJvlqZC-t-NGnmxIGOKi2vy4LYWdJEaI9c6V-ukjSY8iCwG94n2dx_rV&s=1" rel="nofollow" style="color: #3b5998; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">http://bit.ly/BolsaValor2</a>. Cito:</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"Para muitos, o Bolsa Família entra no leque de provas de que somos inferiores. O argumento, nesse caso, é simples: só mesmo no Brasil se adotaria uma política social que resultaria na acomodação dos pobres face ao trabalho e à educação. O Brasil adotaria políticas sociais que resultariam na dependência, ao passo que, por exemplo, o Reino Unido pós-Thatcher seria o exemplo de dinamismo e de alocação eficiente de recursos. A maioria dos críticos do Bolsa Família também idealiza o que acontece em outros países. Nada mais distante da realidade do que achar que somente no Brasil os mais pobres recebem algum tio de auxilio do governo para sobreviver. Na verdade, o Brasil é um dos países que menos auxílio presta aos mais pobres. Mais uma vez, o exemplo do Reino Unido é paradigmático: lá existe até mesmo o bolsa funeral."</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Se tiverem meia hora dediquem a esse artigo da piauí sobre o cérebro por trás do Bolsa Família, Ricardo Paes de Barros, funcionário concursado do IPEA, sem filiação partidária, economista formado no ITA, com doutorado em Chicago e considerado "gênio" por seu orientador (surpresa, não foi o Lula quem criou as bases teóricas do Bolsa, já que ele não tem cérebro, só teve a capacidade de dar ao Bolsa a importância necessária). <a href="http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fbit.ly%2FBolsaCriador&h=XAQEH1bUl&enc=AZPvFaW_q1MW35ZL3a5cEciJH4o71qmHzroC00z8auNH-Z-y-gumVOJGMt1CgHkobtQ55XcPh_oSKYlVKmBtnpuAvjrgiH7rFpLJO8wgRXod225WiziRI96fZUBKKxpWD0Aw6wTNrYtXSt4fV9Wae36A&s=1" rel="nofollow" style="color: #3b5998; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">http://bit.ly/BolsaCriador</a></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Leiam alguma edição da Carta Capital para ter um contraponto. Leiam a Economist, essa Bíblia do Comunismo cheia de jornalistas marxistas, se forem mais de direita, para entender o que é uma revista séria. Aliás, caso queiram ter argumentos minimamente decentes sobre as fragilidades do Bolsa, aqui está um excelente artigo<a href="http://www.economist.com/node/16690887" rel="nofollow" style="color: #3b5998; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">http://www.economist.com/node/16690887</a>. O argumento de que o Bolsa só tem entrada mas não tem saída, aliás, já está sendo atacado com o Pronatec, que tenho certeza de que nunca ouviram falar desse programa de treinamento porque isso não sai na grande imprensa.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Se querem um artigo mais recente, leiam esse do Guardian<a href="http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fbit.ly%2FBolsaGuardian&h=9AQHW3BZz&enc=AZPn5DAIcHExAgTho3JVHJ0FpQWQofnxd84HHskzOqYxF7PtXhzDTfCr12KkE5Z8CnkT6v7BpnqyioK3tptASMagc5fFwsnAmHDRpOR6aLR_RIT1x4lpUjqJZwJlNuVJBLSUrlUwToKEqY6yPD5juuCJ&s=1" rel="nofollow" style="color: #3b5998; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">http://bit.ly/BolsaGuardian</a>. "O maior programa de assistência social do Brasil já beneficiou 50 MILHÕES (!!!!!) de pessoas e se tornou referência para programas sociais de Gana a NOVA IORQUE (!!!!)" Sim, você leu direito. Os EUA estão nos COPIANDO. Devem ser loucos socialistas mesmo!</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Estou cansado, enfim de ouvir tanta besteira, tanto preconceito, tanta raiva, tanto ódio, tanta ignorância. Por isso decidi "perder" meu tempo e oferecer a quem tiver a vontade de deixar de ser menos ignorante esses poucos exemplos de estudos. Tenho muitos outros, mas seria pedir demais para que quem não acredita em fatos e dados perder seu tempo lendo informação séria e não veneno destilado ou esgoto impresso - sim, leitores de Veja, são vocês mesmo que estão lendo tablóide sensacionalista e achando genial.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Ou, enfim, não leiam nada e continuem compartilhando "merda" e "cagando pela boca", com o perdão pela ofensa/palavra. Mas é isso que é.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Por último, não tenho raiva de quem discorda de mim ou não concorda com o PT. Democracia é isso mesmo. Só me entristece ver tanta falta de respeito com quem pensa diferente, tanto ódio e tanta ofensa, no lugar de argumentos de qualidade. Quem tiver argumentos interessantes, por favor, compartilhe comigo. Talvez eu até comece a mudar de opinião. Mas de argumentos de "bosta", por favor, eu já estou muito cansado.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Não me odeiem, eu só estou cansado (escrever tudo isso me esgotou por hoje, mas eu tinha que fazer isso um dia). Em seguida voltaremos com o bom humor. Cordialmente, Heleno.</div>
Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-43617488562522404672014-07-10T16:41:00.001-03:002014-07-10T16:45:07.175-03:00Lucidez de uma senhora sobre a Copa (versão sem ironia)<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="//www.youtube.com/embed/DlOq5ni6brg" width="480"></iframe><br />
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">OBS: para versão com ironia e sarcasmo <a href="https://www.facebook.com/HelenoSchneider/posts/10152969507029428">clique aqui</a>. Eu avisei hein!</span><br />
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<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Citando verbatim:</div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"A África tem tanta dificuldade a mais do que o Brasil. Um pais de grande dificuldade pode sediar a Copa. E mesmo a gente sendo pobre, a gente tem condições de fazer, porque pobrema (sic) são muitos e não é só aqui. Em vista do pais africano nós somos ricos, gente."</div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
(Sim, ela fala errado, mas é muito mais lúcida e inteligente do que pessoas supostamente cultas que cometem erros crassos, como "mais" no lugar de "mas").</div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Desafio qualquer um a me provar factualmente que o que ela disse é mentira. Pode-se achar, claro, que não deveríamos ter sediado a Copa, mas os argumentos deveriam ser melhores do que o desta senhora. Para refletir sobre os gastos, matéria da Folha "Custo da Copa equivale a um mês de gastos com educação" <a href="http://bit.ly/gastoscopa" rel="nofollow" style="color: #3b5998; text-decoration: none;" target="_blank">http://bit.ly/gastoscopa</a></div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Estou cansado de gente compartilhando memes imbecis zoando do Bolsa Família, do Lula, da Dilma.</div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Podem ver, sempre posts sarcásticos, muitas vezes desrespeitosos com ofensas e palavrões. Ok, ironia e sarcasmo são ferramentas válidas. Só acho que xingamento revela pouca classe quando escrito ou gritado para alguém (falo palavrões toda hora).</div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Estou cansado do pensamento difundido de que pobres são "burros ignorantes parasitas vagabundos sustentados pelo governo". Esse pensamento sim revela uma ignorância vergonhosa sobre o assunto. Tenho uma péssima notícia para vocês que acham que ao votar "contra" a Dilma, vão ver o Bolsa Família acabar - me entristece que a maioria das pessoas vote contra algo ao invés de a favor de algo, mas reconheço, os outros candidatos não têm plataforma clara, aí fica difícil gostar de um deles. O Bolsa Família só vai crescer. Seja com Aécio, Campos ou qualquer outro.</div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Estou cansado de gente zoando sem NUNCA ter posto o pé numa favela e conversado com gente pobre - conheço e conversei com moradores da Rocinha e o Alemão. Estou cansado de ver gente zoar do Bolsa Família sem NUNCA ter lido UM artigo sério que seja sobre o assunto, artigo com dados e não achismos, textos e memes preconceituosos difundidos pelo Face.</div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Sendo assim, se quiserem se informar um pouco e entender porque o programa é tão bem sucedido que é elogiado até pelo Banco Mundial e serve de exemplo para outros países - taí uma coisa em que inovamos e somos referência, mas claro, coisa do molusco, dos petralhas, então não conta - por favor se informem um pouco antes. Fiz o favor de juntar os melhores artigos que já li sobre o tema.</div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Se estão com pouco tempo, dediquem apenas 3 minutos para esse artigo da Diretora do Banco Mundial:<a href="http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fbit.ly%2FBolsaBanco&h=RAQEOVuYO&enc=AZMfNnWZ7D3NTn3q4SCLur1x7i01r2jxb_YKjY3QM_w54Hkz2plhdUruGquzwLGdQIjvpRqC7EK6irQscnNIIKhodg0XR40QXLVjYVSE-v8k3mthxz9_ccG6sE87UW_n1CUVah6lAlADNioU8ryFoxu3&s=1" rel="nofollow" style="color: #3b5998; text-decoration: none;" target="_blank">http://bit.ly/BolsaBanco</a>. Se lêem inglês, tem esse outro <a href="http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fbit.ly%2FBolsaWorldBank&h=aAQHFNDsB&enc=AZO1tJMo_OP5tbUHxfCDoyPHyFqGsK61HWzCKLbPlqNF9HohOT4xp2Wnbout3lvIKbQJ2tB4RXmqFdPP7bPattJFzB0NKqZNA3V9Aur7egfY4WgiGIPaNVy62JTfomyisc9nLhTHCRVC1ySkERVGfji9&s=1" rel="nofollow" style="color: #3b5998; text-decoration: none;" target="_blank">http://bit.ly/BolsaWorldBank</a>.</div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Se tiverem mais 3 minutos, dediquem a esse artigo do Valor Econômico, que mostra o quanto o Bolsa ajuda a economia do país apesar de seu baixo custo (0,4% do PIB contra 5% gasto com juros) "Cada R$ 1 gasto com Bolsa Família adiciona R$ 1,78 ao PIB" <a href="http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fbit.ly%2FValorBolsa&h=rAQHEyJ24&enc=AZOaOjWzEM6Az2sSHS_YZImQk9oJKEvfmhO3mXda2phjV5ernLOL2dEeeNvGxU0RAXceCPWZ8CbjAK0jCHG1nSBrOsLtJGhmeDrFHo3BiM-t3eRATO7ztWXprWaJSB0EckAGxcN7yZ3lY-H6623qOhyy&s=1" rel="nofollow" style="color: #3b5998; text-decoration: none;" target="_blank">http://bit.ly/ValorBolsa</a></div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Se tiverem mais 5 minutos, dediquem a esse outro artigo do Valor, escrito por um dos maiores estudiosos da política e economia brasileira, Alberto Carlos Almeida <a href="http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fbit.ly%2FBolsaValor2&h=MAQEvjKSz&enc=AZP9TtVb529XgcYZnUHVjArcovUrDXjaA85bqHxNs6tbDm9iwe4TmMIt_jXCRzDk2D28vs9qx1_X0km5Vsy-ZkISWe_seIKFL5oK7slOE5Rc5aF_vMJO-GdGJWnB6-cXQ8xd9CT0iG6mowSoUbnoacWO&s=1" rel="nofollow" style="color: #3b5998; text-decoration: none;" target="_blank">http://bit.ly/BolsaValor2</a>. Cito:</div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"Para muitos, o Bolsa Família entra no leque de provas de que somos inferiores. O argumento, nesse caso, é simples: só mesmo no Brasil se adotaria uma política social que resultaria na acomodação dos pobres face ao trabalho e à educação. O Brasil adotaria políticas sociais que resultariam na dependência, ao passo que, por exemplo, o Reino Unido pós-Thatcher seria o exemplo de dinamismo e de alocação eficiente de recursos. A maioria dos críticos do Bolsa Família também idealiza o que acontece em outros países. Nada mais distante da realidade do que achar que somente no Brasil os mais pobres recebem algum tio de auxilio do governo para sobreviver. Na verdade, o Brasil é um dos países que menos auxílio presta aos mais pobres. Mais uma vez, o exemplo do Reino Unido é paradigmático: lá existe até mesmo o bolsa funeral."</div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Se tiverem meia hora dediquem a esse artigo da piauí sobre o cérebro por trás do Bolsa Família, Ricardo Paes de Barros, funcionário concursado do IPEA, sem filiação partidária, economista formado no ITA, com doutorado em Chicago e considerado "gênio" por seu orientador. <a href="http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fbit.ly%2FBolsaCriador&h=QAQEajLhg&enc=AZP0hs6D-GbCAO2r9hi_vPgLLFW1pRe_Di2299pLHBnKfAugG8L6n970mqao8joNmUyjlIFPH6-pXFXl5Loy7NVZ5iLdWsxnf1QMMtPujgmi1jMeSRS2joea28hLIgqoj6nsUXxUQxtw3-UQ-TosImdT&s=1" rel="nofollow" style="color: #3b5998; text-decoration: none;" target="_blank">http://bit.ly/BolsaCriador</a></div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Leiam alguma edição da Carta Capital para ter um contraponto. Leiam a Economist, se forem mais de direita, para entender o que é uma revista séria. Aliás, caso queiram ter argumentos minimamente decentes sobre as fragilidades do Bolsa, aqui está um excelente artigo<a href="http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.economist.com%2Fnode%2F16690887&h=-AQEBjTkU&enc=AZPls-L85reV-cbeTzJ6sFOFuDVEjm5RkOy5w3TxQFDUjy89V04b9HQa_nAs-Xe4O_qs3gkQ3QFefNULpwJtZllN9Gp4d44276gHiqUq5Zbwh3fq-QiavrFnITgyfXcKYoGyOwUJJ1F5Q5f4myhpUpPt&s=1" rel="nofollow" style="color: #3b5998; text-decoration: none;" target="_blank">http://www.economist.com/node/16690887</a>. O argumento de que o Bolsa só tem entrada mas não tem saída, aliás, já está sendo atacado com o Pronatec, que tenho certeza de que nunca ouviram falar desse programa de treinamento porque isso não sai na grande imprensa.</div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Se querem um artigo mais recente, leiam esse do Guardian<a href="http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fbit.ly%2FBolsaGuardian&h=0AQGBEJLD&enc=AZNzlvkXuV61PAngwbRGj7UKjgossOxskRg6s_9rerxN8-0qYTR1fNyYrEQGysXluCY7kcWYnLP6hnLnq1hUjeLs5tdUIua_fVYtSYiHHNfo_-Au2b7OVyxLfT7YGyvZEJaSYusjbT8v3f7MfIi-7itA&s=1" rel="nofollow" style="color: #3b5998; text-decoration: none;" target="_blank">http://bit.ly/BolsaGuardian</a>. "O maior programa de assistência social do Brasil já beneficiou 50 MILHÕES (!!!!!) de pessoas e se tornou referência para programas sociais de Gana a NOVA IORQUE (!!!!)" Sim, você leu direito. Os EUA estão nos COPIANDO. Devem ser loucos socialistas mesmo!</div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Estou cansado, enfim de ouvir tanta besteira, tanto preconceito, tanta raiva, tanto ódio, tanta ignorância. Por isso decidi "perder" meu tempo e oferecer a quem tiver a vontade de deixar de ser menos ignorante esses poucos exemplos de estudos. Tenho muitos outros, mas seria pedir demais para que quem não acredita em fatos e dados perder seu tempo lendo informação séria e não veneno destilado ou esgoto impresso - sim, leitores de Veja, são vocês mesmo que estão lendo tablóide sensacionalista e achando genial.</div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Ou, enfim, não leiam nada e continuem compartilhando besteiras e ignorâncias. </div>
<div style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Por último, não tenho raiva de quem discorda de mim ou não concorda com o PT. Democracia é isso mesmo. Só me entristece ver tanta falta de respeito com quem pensa diferente, tanto ódio e tanta ofensa, no lugar de argumentos de qualidade. Quem tiver argumentos interessantes, por favor, compartilhe comigo. Talvez eu até comece a mudar de opinião. Mas de argumentos toscos, por favor, eu já estou muito cansado.</div>
<div style="color: #141823; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-top: 6px;">
Não me odeiem, eu só estou cansado (escrever tudo isso me esgotou por hoje, mas eu tinha que fazer isso um dia). Em seguida voltaremos com o bom humor. Cordialmente, Heleno.</div>
Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-10144543836860856882014-07-09T19:14:00.002-03:002014-07-09T19:14:18.469-03:00Carta aberta às esquerdas<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px;">
Embora eu seja de esquerda, não "sou" do PT, mas certamente pareço ser pra muita gente. Acho sim que é o único partido "sério" e consistente no sentido ideológico, algo que nenhum outro partido se aproxima (PSDB? Por favor né. DEM? Tá zoando). Quando se fala em justiça social, nada equivale ao PT.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Também, ao contrário da percepção geral e equivocada, é o partido menos corrupto, com os políticos mais íntegros que conheço. Existem os dados pra comprovar essas minhas percepções <span class="text_exposed_show" style="display: inline;">aos céticos de plantão - porque aos rottweillers de plantão, sei que fatos não adiantam, só querem sangue.</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.31999969482422px;">
<div style="margin-bottom: 6px;">
Enfim, da mesma forma como defendo de forma geral o governo e o PT, acho apropriado então também falar quais são as coisas que acho que estão equivocadas no PT (e na esquerda em geral), que acho que poderiam levar o partido ao próximo passo, a um patamar ainda mais superior. Isso é o que eu diria:</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
1) Rejeitem o socialismo e o comunismo. Ponto. Não há "solução" fora da economia de mercado (vejam que não usei o termo "capitalismo" por considerá-lo muito cheio de significados negativos). Não achem que Cuba é o paraíso. Não é. Não achem que Chaves é o mais genial político da América Latina. Não é. Se foram contra a ditadura no Brasil, rejeitem toda e qualquer ditadura.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
2) Não achem que empresários sejam todos sangue-sugas. Não achem que trabalhadores são todos santos. Existe gente de todo tipo.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
3) Não odeiem os EUA e os americanos. Não precisam amar, mas deixem as caricaturas de lado. Evidentemente, os republicanos são (quase) todos malucos, bem como os rednecks fanáticos do Bible Belt. Mas os EUA são um país sensacional por tudo que desenvolveram e por toda sua história. O Marketing é uma invenção americana. Eu amo marketing. Eu amo os EUA. Vou repetir: amo os Estados Unidos e seu povo (já Miami nem quero conhecer, pra ver praia bonita Floripa é mais barato). Eles são sensacionais, pago pau mesmo. Isso tudo não quer dizer baixar a cabeça pros EUA, ser um serviçal. Não, não! Nunca baixar a cabeça! Ainda que eu ame os EUA, amo mais o Brasil. Mas vamos "copiar" o que eles tem de bom.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
4) Sejam mais abertos ao diálogo com o contraditório. A tendência natural do ser humano é buscar gente com afinidades, mas não podemos viver numa bolha, temos que ouvir opiniões e visões diferentes. Conversar com alguém inteligente pode não te convencer de nada, mas vai te tornar mais inteligente por consequência. Isso não quer dizer levar a sério o que é palhaçada. Todos sabemos que tem gente que só quer bagunçar o coreto, e sabemos quem são eles.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Bom, enfim, teria mais coisas a dizer e também em relação à política econômica, rumos do Brasil, etc etc. Mas é isso por hora <i class="_4-k1 img sp_X89Hd6znsvn sx_d5d889" style="background-image: url(https://fbstatic-a.akamaihd.net/rsrc.php/v2/yo/r/mhnmKxD_SyU.png); background-position: -102px -866px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; display: inline-block; height: 16px; vertical-align: -3px; width: 16px;"></i></div>
</div>
Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-58901539122380958302013-12-17T18:23:00.000-02:002013-12-17T18:23:59.822-02:00What happens in Vegas...<br />
... stays in Vegas? Sim. E não.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi75B4DrBkK9CzRbTNWEwWmhkDODKLGlf0Kb0V639rg1tT32aiq3HrOaVaa2L_rntZxFXFFcOAvrxHtP75jQkPac2hcYUmx-690nvVm1DuKlUsDMaY5SiN4iqff2wYJk-qSV18GgowmQzYu/s1600/Vegas+ini%CC%81cio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi75B4DrBkK9CzRbTNWEwWmhkDODKLGlf0Kb0V639rg1tT32aiq3HrOaVaa2L_rntZxFXFFcOAvrxHtP75jQkPac2hcYUmx-690nvVm1DuKlUsDMaY5SiN4iqff2wYJk-qSV18GgowmQzYu/s1600/Vegas+ini%CC%81cio.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">No início, tudo é festa. Depois, melhora.</td></tr>
</tbody></table>
Existem momentos em nossas vidas que quando lembrados parecem irreais. Sonhos. São o que eu chamo de momentos mágicos. Vegas é a capital mundial da magia. Noites mágicas. <br />
<br />
Lá estava eu, perambulando pela balada. Era a penúltima noite na cidade e estava acompanhado de meu primo, fiel escudeiro e wingman, Fabiano, o Xiru. Uma festa ao ar livre numa noite muito agradável, como são todas noites na Sin City, tendo sob nossas cabeças a Torre Eiffel e à nossa frente o Empire State. <br />
<br />
E lá estava ela, uma beautiful american girl. Chamemo-la de Brunette (literalmente, cabelos castanhos), embora seu nome real seja Noel.<br />
<br />
A festa já não estava tão cheia, passava das duas. Como disse, eu perambulava acompanhado de meu wingman. No centro da pista, essa blue eyed girl dançando com uma amiga. Para mim, era a mais bonita da festa. Naturalmente, atraía todo tipo de homens. Homens bêbados, já que todos estão todas as noites bêbados em Vegas, incluindo as mulheres.<br />
<br />
Eu observava as tentativas de aproximação dos rapazes, só para me divertir. Quem já esteve em Vegas sabe que os códigos de conduta lá são mais heterodoxos - querendo dizer que um approach usual é chegar dançando uma espécie de macarena com lambada e, sem muito papo ou zero papo, ir pegando na cintura da menina como quem diz: vem cá minha nega. Ou seja, a finesse e a sutileza de uma micareta. O que explica boa parte da mítica do lugar. <br />
<br />
Mas, sendo um grande não-fã de micaretas, meu comportamento se resume a observar com um olhar atento. O que, em Vegas, tem uma "taxa de conversão" mais patética ainda que as tentativas de approach de um teenager movido à margueritas gigantescas usando a técnica da lambada.<br />
<br />
Para minha surpresa, uma hora vi a Brunette cochichando com a amiga e olhando para mim com um sorrisinho, um sinal claro de que estão rindo da minha cara por algum motivo que eu nunca sei qual é. Muitas vezes vou ao banheiro só para ver o que tem na minha cara, afinal, deve ter algo na minha cara para rirem tanto de mim. Mas, infelizmente, nunca tem nada, só minha cara mesmo.<br />
<br />
Em seguida, de costas, a Brunette começa a se aproximar de mim dançando de costas, eu estava a mais de 5 metros dela. Logo sua cintura estava a mais ou menos a uns 10 centímetros de mim e meus olhos estavam mais abertos que o de uma lêmur de Madagascar. E agora? Ainda olhei pros lados pra ter certeza de que era comigo. Ela chegou ainda mais perto, eu já sentia o perfume em seus cabelos, eu não sabia o que fazer, isso nunca aconteceu antes. Vegas, magia, desespero, sei lá.<br />
<br />
Ela se virou e não me deu nem chance de perguntar seu nome ou o que ela estava fazendo ali a 5 cm de meu rosto. Ela me botou num brete sem saída. Vocês vão achar que estou mentindo, exagerando, mas meu wingman foi testemunha. Aliás, mais que testemunha, o wingman foi paparazzi, o que só fiquei sabendo depois. Se eu acreditasse em deus, teria certeza de que foi ele o culpado, sim, só pode, ele olhou para baixo aquela noite.<br />
<br />
No entanto, logo descobri que os costumes mudam bastante conforme as línguas. Ou sou eu que sempre estive errado e nunca me avisaram. Ela interrompeu tudo na hora e imediatamente chamou atenção para meu faux-pas.<br />
<br />
:p*|<br />
:/ ):<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP9b75AtML_XI-DOKFt5RrfvqUMDDOtpVwpNeaFltR0Tgwrq-2rSX3wIMDPuWKvLvPo7CY_CbY1hCnSX62V6lWdAt9JNQTy_MkgC2-N19cynUwf-EmTYKEgMSNIRKHMBkCIE_9PWiDzUYg/s1600/Vegas+final.PNG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="628" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP9b75AtML_XI-DOKFt5RrfvqUMDDOtpVwpNeaFltR0Tgwrq-2rSX3wIMDPuWKvLvPo7CY_CbY1hCnSX62V6lWdAt9JNQTy_MkgC2-N19cynUwf-EmTYKEgMSNIRKHMBkCIE_9PWiDzUYg/s640/Vegas+final.PNG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Paparazzis não respeitam a privacidade de ninguém, nem ao menos de estranhos discutindo. Vou processar meu primo.</td></tr>
</tbody></table>
- Não, não! Não é assim! (Foram suas primeiras palavras, nem sabia seu nome).<br />
- ? (Foram minhas primeiras não-palavras, não estava entendendo nada).<br />
- Me segue.<br />
<br />
:p*|<br />
:/ ):<br />
<br />
- Não! Não! Presta atenção! Tá errado.<br />
- Mas...<br />
- Psht. Me segue.<br />
- Ok.<br />
<br />
|**|<br />
:) (: <br />
<br />
- Entendeu agora?<br />
- Ahnnnnnnn.<br />
<br />
Difícil explicar como é o american way of making out, é mais puritano. América, a lógica calvinista influencia até o comportamento. Enfim, cada língua com seus modos.<br />
<br />
Eu deveria ter escrito essa história antes, aliás. A riqueza de detalhes escapa. O que ela faz em Boston ("sim, sempre quis muito conhecer Boston")? Acho que alguma coisa a ver com arte, pintura. Tem cachorro. Ou não tem? Lembro da tatuagem, quer dizer lembro que tem tatuagem.<br />
<br />
- E essa tatuagem no pescoço, legal. O que significa? (Sei lá o que era? Unicórnio? Golfinho? Flor de lótus?)<br />
- Yadda Yadda Yadda... (blá blá blá)<br />
- Tem outra?<br />
- Sim, aqui ó - disse ela, baixando o cós de sua calça.<br />
- o.O ahhhhhhhh tá, entendi, nossa, muito bonita hein. (Unicórnio? Golfinho? Flor de lótus?) Mais alguma?<br />
- Sim... Aqui mais pra...<br />
- Ah tá, não precisa mostrar.<br />
<br />
Vai entender os EUA, puritanismo e liberalismo. Eu ainda queria entender uma coisa, só pra esclarecer.<br />
<br />
- Why me? Por que eu?<br />
- Bom, tu viu como são os caras aqui né, nojentos, bêbados, sem noção, vão te pegando. E tu ficou na tua, tava ali quietinho.<br />
- Ahn... (Algum dia isso poderia funcionar. Só nunca imaginei que seria na capital do pecado).<br />
<br />
A essa hora, meu wingman havia voltado ao hotel e a festa estava nas últimas, pouquíssima gente ao nosso redor, seguranças "sugerindo" que fossemos embora.<br />
<br />
- Bom, então hora de ir, minha amiga já tá cansada. (Muy amiga)<br />
- Já? Mas são só 4 horas, a festa recém começou. The night is a child! Onde tu tá?<br />
- Ali no (MGM? Bellagio?).<br />
- Mas tá cedo, não vai.<br />
- É, mas amanhã tem mais.<br />
- Ah então, a gente podia combinar de...<br />
- Olha só, nós somos solteiros, estamos em Vegas, sei lá...<br />
- É, pois é, mas enfim, sabe como é, bom, a gente podia se falar, manter contato. Me dá teu face.<br />
- Ah, mas é Vegas, deixa estar. Não foi bom? Então, a gente se divertiu, foi legal. Let it be, não tem que estragar.<br />
- Estragar? <br />
- É, deixa a memória dessa noite.<br />
- Mas me dá só o face, não vou encher o saco. (Mentira).<br />
- O táxi chegou. Bom, seeya Brazilian Guy.<br />
- Email! Email! Só um email, emailzinho, vai...<br />
- Tá. Anota aí noel524?@yahoo.com<br />
<br />
|**|<br />
<br />
E foi-se. Voltei a pé pro Harras, entre incrédulo e já nostálgico. No caminho, parei e fiquei meia hora ouvindo um cara tocando violão na rua, super original, emocionante mesmo, música própria instrumental. Conversei com ele, já tinha gravado uma demo, falei pra ele que tinha que divulgar, que era fantástico, que era único. Fiquei comovido, tanto talento e pouca sorte, deixei 20 dólares pro cara. Ele quase chorou, deve ter sido a maior gorjeta da vida dele. Mas o que são 20 dólares quando o mundo parece funcionar? A noite era mágica. Eles mereciam. Eu tinha que retribuir o Universo.<br />
<br />
Cheguei ao hotel, o wingman não estava. Mas fazia mais de hora que ele tinha voltado da festa. Será que tá na roleta? Mas ele não joga. Duas horas depois ele chega.<br />
<br />
- Bah, que gata, hein! Até fiz umas fotos.<br />
- (Hahahahaha.) Não acredito! Sensacionais, me senti um ator. Mas onde tu tava, xiru?<br />
- Ah, fui dar uma volta. Queria te deixar à vontade, vai saber. <br />
- (Hahahahahah) Claro, certo, bom agora pode cair da cama e acordar.<br />
<br />
No dia seguinte não mandei email algum para a Brunette. Cada noite em Vegas é outra noite, talvez ela estivesse certa. Pegamos o party bus novamente, um ônibus adaptado pra festa que te leva pra 3 baladas, sem pegar fila, com direito à bebida na faixa entre os deslocamentos, ocasião perfeita para economizar e entrar no clima da cidade por apenas $ 75 (ver PS). Na segunda balada daquela noite, a 1Oak, eu estava no corredor da saída dos banheiros aguardando o wingman. Aos poucos, vem saindo alguém de lá na minha direção, eu não estava prestando atenção e era escuro.<br />
<br />
- Ahhhh, você não lembraaaa! disse a Brunette, com sorriso maroto.<br />
<br />
Wow. Momento paralisia, estado de choque e descrença. Você? Aqui? Muita coincidência.<br />
<br />
- Yes, I rememberrrr, of course! Volta aqui! Hey! Volta aqui!<br />
<br />
- Seeya, Brazilian Guy!<br />
<br />
- Não, não, não! Espera!<br />
<br />
Nem parou, só olhou para trás sorrindo e seguiu com a amiga. Esperei a volta do wingman. "Xiru, tu não vai acreditar em quem passou aqui!". Assumimos o modo CSI. Nunca um lugar foi tão vasculhado e escarafunchado. Decidi mandar um email.<br />
<br />
"Where r u?", só subject mesmo. <br />
<br />
Alas, too little, too late. Pena, muito pouco, muito tarde. Mas caraca! Não dava pra acreditar em tanta coincidência, com dezenas e dezenas de baladas ótimas, encontrá-la ali foi muito inesperado. Há também um detalhe meio vergonhoso que me paralisou naquela hora quando a vi. Uma besteira, quanto à minhas roupas. De fato, eram as mesmas da noite anterior - só a parte externa, óbvio. Antes que me acusem de coisas piores, informo que as roupas estavam limpas e devido ao dress-code estricto, é preciso estar com uma cara de executivo meio social para entrar nas melhores baladas. Minha outra camisa era mais informal e não quis arriscar ser barrado na minha, como já fui em 2009. "Por vergonha, perdi a minha vida", parafraseando Rimbaud. A noite acabou e nunca mais a vi, e ela nunca respondeu ao meu email e não a encontrei Facebook, pelo menos pra mandar as várias fotos que o paparazzi Fabiano registrou tão bem.<br />
<br />
Na verdade, percebi depois que nada faria ela mudar de ideia naquela noite. Ela queria se divertir, não falar com um brasileiro desacostumado à etiqueta americana do engaging. "Não foi bom? Então, a gente se divertiu, foi legal. Deixa assim, não tem que estragar. Let it be." Não tem que estragar? Ora, a vida é feita para ser vivida e, às vezes, estragada. <br />
<br />
Felizmente, também é feita para ser lembrada. Os momentos bons, as histórias oníricas, as noites mágicas, elas nunca terminam. Uma única noite pode ser infinita na memória.<br />
<br />
Bom, respondendo à pergunta inicial, algumas coisas, muitas coisas, ficam em Vegas.<br />
<br />
Mas algumas coisas de Vegas ficam em nós. A cidade é mágica. E mágica é mágica. Não se explica, não se repete, não se esquece. Então, quando me pego nostálgico, e ainda sem acreditar direito no que aconteceu naquela quarta-feira, lembro do que ela sabiamente me disse, "deixa na memória, deixa estar". Let it be.<br />
<br />
She whispered words of wisdom.<br />
<br />
Let it be...<br />
<br />
|**| <br />
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<br />
PS1: falando nisso, é obrigatório ver o espetáculo Love (Beatles), do Cirque Du Soleil. Os outros são excelentes, mas Love is all you need. E se tiver sorte, veja uma banda da terrinha e uma das melhores do mundo, The Killers. Vegas will give you a shot at the night.<br />
<br />
PS2: pensei bastante antes de contar essa história, é uma certa exposição talvez além da conta. Mas hey, eu já fiz isso antes, e além do mais não revelo nada que possa identificar as pessoas envolvidas, já que não estão em meu Facebook. E no fim, desde que aconteceu eu soube que algum dia eu precisava contar, foi algo mais forte que eu. Não fiz com objetivo de "querer ser o fodão", até porque eu basicamente não fiz nada, só fiquei parado. Isso sim foi uma mágica que nunca tinha funcionado. <br />
<br />
PS3: se quiser fazer o Party Bus, compre o pacote Nite Tours e pelo guia Noah, fale que os brazilian guys indicaram, talvevz te deem desconto.Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-10373907234811023212013-11-13T22:19:00.000-02:002013-11-13T22:24:00.141-02:00Sophia Intelligence<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihiBQmTNjCC6cOVznsVttz_1k_MJ7Ut4lvjgPZKmkv16Kxem2oBR5nJQRPvRuuSM8-RcsNSbIn-jaq20yzdd0G_3G9V5oPEBgVSEf3n-V2ZwYMK5GUorzRn8iMYa7Ry4hjoiMoOTae0WHQ/s1600/Co%CC%81pia+de+Sophia+degrade%CC%82+2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="147" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihiBQmTNjCC6cOVznsVttz_1k_MJ7Ut4lvjgPZKmkv16Kxem2oBR5nJQRPvRuuSM8-RcsNSbIn-jaq20yzdd0G_3G9V5oPEBgVSEf3n-V2ZwYMK5GUorzRn8iMYa7Ry4hjoiMoOTae0WHQ/s320/Co%CC%81pia+de+Sophia+degrade%CC%82+2.png" width="320" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgH_4odEKh1kFh48OBHBLpo8dt_0meLryW8LkRBMCED_fp8ykmkgZPSNu_E1OFHHIzW7u_okMh87z6-bmUVcdxtWXE4N8FAsKUzS7RrTf0OnuEPpTJcosXbD8MaKl-TK3fB_4wzzfKH01lk/s1600/Sophia+degrade%CC%82+2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a></div>
<br />Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-67312447889696279612013-07-27T08:27:00.000-03:002013-07-27T09:06:38.839-03:00Teatro é foda...<br clear="all" />
<div>
<div dir="ltr">
<b><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBTnA7P9I0OqCcYnYZvnAj5Py9i1a0BNnYML6FyMrl2GPEYeN5UXSwHr5KqfaT9PQ0rUoSogPqY3V57tJoN_27DVGrCbnGDLsE8NSX1jZkVm4amgiev6mzGOVErEKqFmIU0a4n2BooVLpC/s1600/3+dias.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBTnA7P9I0OqCcYnYZvnAj5Py9i1a0BNnYML6FyMrl2GPEYeN5UXSwHr5KqfaT9PQ0rUoSogPqY3V57tJoN_27DVGrCbnGDLsE8NSX1jZkVm4amgiev6mzGOVErEKqFmIU0a4n2BooVLpC/s640/3+dias.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Literalmente, um papelão!</b></td></tr>
</tbody></table>
</b><br />
De tempos em tempos surge uma obra fundamental, daquelas que deveriam ser vistas por todas pessoas. Esse tipo de obra nos dá uma visão do sublime, um lembrete do que o ser humano é capaz de fazer, seja essa obra uma peça, um filme, um texto, um quadro, ou até mesmo uma telenovela*.</div>
<div dir="ltr">
<br />
Pois estreou ontem no Teatro Raul Cortez em São Paulo uma dessas obras que já nascem clássicas. <b>"Três dias de chuva", de Richard Greenberg, tem um ótimo texto - sem isso, qualquer peça já nasce morta - indicado ao Pulitzer de 2007. No Brasil, é dirigida por Jô Soares.</b> Se você ainda não está convencido, só digo uma coisa. Quer dizer, duas coisas. Não, melhor, três coisas: <br />
<br />
<b>1) Carolina.</b></div>
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<br />
<b>2) Ferraz.</b></div>
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<br /></div>
<div>
<b>3) Figurino </b>(só vendo a peça mesmo para ver as peças - ou a falta delas)<b>.</b></div>
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<br />
Pronto, convenci 50% dos meus amigos. Para as outras 50%, eu diria o seguinte. <br />
<br />
A sinopse estilo guia de cinema da Zero Hora - ou seja, uma indicação tão crua que O Poderoso Chefão seria resumido como "Chefe da máfia de Nova Iorque resolve matar seus inimigos" - seria "Pai deixa herança que desencadeia conflito entre seu filhos e um amigo, com revelações surpreendentes sobre o passado".<br />
<br />
Não dá muita vontade de ver né? Mas confie em mim, <b>você vai sair do teatro pensando sobre sua vida, suas escolhas, suas relações com seus pais, seus amigos e também refletindo sobre o amor, a fama, a importância do dinheiro (spoiler: não é tão importante) e sobre o que afinal importa na vida, entre outras coisas</b>. E fazer tudo isso com seriedade, leveza e sendo muito engraçada ao mesmo tempo é mais raro do que encontrar carne de verdade numa esfiha do Habib's.<br />
<br />
E quanto você vai gastar para ter toda essa experiência? <a href="http://www.ingressorapido.com.br/Evento.aspx?ID=28451">R$ 60</a>. Se você tem meia entrada, embora isso seja "raro", vai investir os melhores R$ 30 da sua vida - o que dificilmente pode ser dito dos R$ 30 que você pagou para ver Velozes e Furiosos 6 (?!?!) com um monte de teenagers aborrecentes falando ao seu redor** e aquele crunch crunch crunch da pipoca. (O cheiro da manteiga é um bônus extra adicional). </div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div>
Aliás, acho que é só questão de tempo para essa peça virar um filme - em Nova Iorque, por exemplo, o elenco tinha Julia Roberts e Bradley Cooper - e isso seria ótimo para levar a obra a muito mais gente. Agora, nada substitui a magia do teatro, pois como diz nosso filósofo dominical, quem sabe faz ao vivo, bixo! E como diz o próprio diretor, outro peso pesado da televisão mas recheado com conteúdo em vez de abobrinhas, <b>"no teatro também se exerce uma profissão de risco, como os trapezistas. Teatro é trapézio sem rede."</b><br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1J1PZ06GgYwqBAVCxXpnoZtvrWBHqF3gTQEVlc9RiwvLyfgK-tPxp6IsoCS1ruNkmHQHnmRhYXSAZil2j6VpUKO3Qg74adxmr2M1ErI_9h_w9uD-tU4DqHpmef_Wu9Q4BI6AtRAGIqZuj/s1600/3d+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1J1PZ06GgYwqBAVCxXpnoZtvrWBHqF3gTQEVlc9RiwvLyfgK-tPxp6IsoCS1ruNkmHQHnmRhYXSAZil2j6VpUKO3Qg74adxmr2M1ErI_9h_w9uD-tU4DqHpmef_Wu9Q4BI6AtRAGIqZuj/s640/3d+2.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Aplausos em pé para esses trapezistas.<span style="font-size: x-small;"><i> </i></span></b><span style="font-size: x-small;"><i><br /></i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"><i> </i></span><i><span style="font-size: large;">* Hahaha peguei vocês!</span></i></div>
<div>
<i><span style="font-size: large;"><br /></span></i>
<i><span style="font-size: large;">** Espantosamente, mas não de todo inesperado dada a minha sorte, uma guria começou a falar com o namorado atrás de nós, no que imediatamente virei a cabeça e lancei aquele olhar estilo laser para ela entender que não iria tolerar conversas. Funcionou. Por 10 minutos. Aí tive que a encarar novamente, fulminando-a por 5 segundos dessa vez, uma eternidade. Além disso fiz o clássico gesto de pshhh com o dedo, querendo dizer educadamente para ela que "PUTA QUE PARIU!!! VAI CALAR A PORRA DESSA BOCA OU NÃO PERCEBEU QUE ESTÁ NUM TEATRO???". Mesmo assim, ela não parou totalmente de falar, só diminuiu a voz. Que o Papa a excomungue e <a href="http://www.heleno.net/2010/10/o-xiita-do-silencio.html">ela vá para o inferno</a>. </span></i><br />
<i><br /></i>
<i><span style="font-size: large;">Naturalmente, tendo a sina que tenho, ela não era a única ao nosso redor sendo mal educada. Um senhor à nossa frente ria como uma hiena no cio a qualquer fala minimamente engraçada e ainda fazia adendos do tipo "essa foi boa! Huahsuaahsuahsuashusuhsh". Na saída da peça, vimos o Dráuzio Varela e quase pedi pra ele fazer um quadro no Fantástico sobre a epidemia da má educação no Brasil, doença que acomete todas as classes sociais. Acho que está na hora de implantar a <a href="http://www.heleno.net/2010/10/o-xiita-do-silencio.html">PEC do Silêncio nos teatros e cinemas<b>.</b></a> </span></i></div>
</div>
Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-8758544986266044402012-12-27T15:51:00.000-02:002012-12-27T15:54:03.571-02:00Eu te amo?<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="font-size: x-small;">"A maior felicidade da vida é termos a convicção de que somos amados - amados pelo que somos, ou melhor, amados apesar do que somos"</span></i><br />
<i><span style="font-size: x-small;"></span></i><i><span style="font-size: x-small;"><span style="font-size: xx-small;">Victor Hugo, Les Misérables</span></span></i></blockquote>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQkh9pK2xL74WJKTPMpvEkGhP7sCc-2E2Ker-MlseN52xgLWC9Y2_VGfdInoWRt6w8BIHkF-8NBrElfANtbNU9KI8cwkMRxB9Ai8DHOexw9GfX-OPJOp7iLcPRBbPsB0VSxHDnej1Vfkzt/s1600/eu+te+amo%3f.PNG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQkh9pK2xL74WJKTPMpvEkGhP7sCc-2E2Ker-MlseN52xgLWC9Y2_VGfdInoWRt6w8BIHkF-8NBrElfANtbNU9KI8cwkMRxB9Ai8DHOexw9GfX-OPJOp7iLcPRBbPsB0VSxHDnej1Vfkzt/s1600/eu+te+amo%3f.PNG" width="425" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">A vida é dura, amigos.</span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
Não sei você, mas pra mim, o problema do eu te amo, principalmente do primeiro eu te amo num relacionamento* é a pesada carga simbólica implícita que ele carrega, advinda de milhares de filmes, livros e histórias açucaradas**. Em português claro agora: quando uma pessoa ouve eu te amo, na verdade o que ela entende é algo parecido com "você é a pessoa mais importante do mundo pra mim, minha única metade da laranja, o chinelo velho pro meu pé torto, e isso vai ser assim hoje e amanhã e sempre, até o fim do universo ou dos especiais de fim de ano do Roberto Carlos, o que durar mais tempo." Se você não é casado, antenas ligadas hein. O pedido de casamento já está um pouco implícito aí. Se você já é casado, relaxa: tá no inferno, abraça o capeta.<br />
<br />
Sei lá. Por via das dúvidas, prefiro economizar meus eu te amos. Mas da mesma forma, poderia gastar mais. Sem medo de rejeição. Sem implicações de duração. Sem insinuações de eternidade. Sem sugestões de "até que a morte nos separe". <b>Uma única implicação: eu gosto muito de você e estou muito feliz por te ter na minha vida, não importa quanto tempo isso durar.</b> Tá, mas vai explicar tudo isso pra moça na hora pra ver o bug que dá. E algumas pessoas querem ouvir eu te amo sempre, toda hora, todo santo diazinho, como que para confirmar que, bem, que são amadas, amadinhas, pitchutchucazinhas. Assim, eu te amo vira uma frase automática, cotidiana, domesticada. "Sim, eu te amo. Agora me passa o sal, please?"<br />
<br />
O grande dilema, o momento da verdade, o momento do "se correr o bicho o pega, se ficar você já sabe o que acontece" é aquele mesmo, a primeira vez em que você, minha amiga***, toma coragem, respira fundo e tasca o eu te amo à queima roupa do sujeito, inesperadamente, não deixando possibilidade de fuga ou de que ele finja não ter ouvido. E aí o felizardo, ou apavorado, do outro lado tem que dizer algo. Ao menos espera-se que diga. Mas pode simplesmente sorrir de satisfação (ou nervoso) e tascar um beijo pra passar logo o momento #tenso.<br />
<br />
<b>E se ele responder algo mas não for eu te amo? Tem que ver isso aí. Possíveis traduções de algumas respostas alternativas ao eu te amo:</b><br />
<ul>
<li> "eu te adoro" ==> hey, eu gosto muito de você, mas também não vamos exagerar</li>
<li> "eu gosto muito de você" ==> você é legal, mas se falar eu te amo mais uma vez, eu sumo, mudo meu celular e te bloqueio no feici</li>
<li> "eu também" ==> eu também ME amo</li>
<li> "ah é?" ==> é óbvio que você me ama, todos me amam.</li>
<li> "mas eu não te amo" ==> mas eu não te amo.</li>
<li>"então..." ==> fudeu mesmo. </li>
<li>"idem" ==> Corra, Lola, corra!</li>
</ul>
E, finalmente, a resposta mais temida, a que dá calafrios só de pensar, a que talvez até impeça muita gente de dizer eu te amo, nem que seja uma vezinha só.<br />
<ul>
<li> ... cri... cri... cri...</li>
</ul>
Nesse caso as interpretações rapidamente se elevam ao quadrado. Mas o mais provável é que você pense que não, ele não me ama, ou então falaria alguma coisa, qualquer coisa. E aí o que acontece? Aí você fica #chororô, você fica #mimimi, você fica #<br />
<div id=":10k">
<wbr></wbr>carinhadequemchupoulimãozinhoa<wbr></wbr>zedo E pode ser que justamente aí você esteja quadradamente errada.<br />
<br />
<b>Por que? Simples. O amor não é uma frase, não é um contrato, não é uma casa, não é um papel assinado no cartório, não é um relacionamento sério no facebook, não é um anel de diamantes, não é um buquê de rosas vermelhas e, muito, mas muito definitivamente mesmo, não é um casamento lindo e caro pra cacete, como são os casamentos hoje em dia</b>. O amor é apenas um sentimento (sem dúvida, O sentimento), um bem querer, um estar feliz só por estar com alguém e estar feliz pelo outro estar feliz, e triste pelo outro estar triste, e se apoiar mutuamente e talicosa. Sim, é mais complexo do que essa definição meio tosca, mas deu pra passar o sentido. Agora, você já pensou com carinho no coitado do eu te amo? Abusado, desgastado, exigido por todos em todos lugares a todas horas. Minhas amiguinhas, não podemos pegar tão duro com o sujeito! Tem que dar espaço pro eu te amo respirar e se sentir tranquilo.<br />
<br />
<b>E vê bem. Se você não percebe eu te amo nas coisas banais, é porque talvez esse amor não exista. Mas às vezes, um olhar, um afago, um gesto, um beijo, uma risada, uma cutucada, um ãhn, um ai, um tchu, um tcha; uma preocupação singela com algo aparentemente insignificante... Tudo isso pode ser um eu te amo muito mais forte e sincero do que vários eu te amo regurgitados por aí.</b> O eu te amo também se faz ouvir em algumas situações não tão banais, como por exemplo, quando você vai correr com ela nas areias do Imbé, às 6 da manhã de um dia meio frio, com um puta vento, tendo como recompensa a vista de um mar revoltoso e chocolático, ao mesmo tempo em que suas canelas vão sendo limadas pelo nordestão e sua boca se enche de areia. E você faz isso, amigo, só porque, bem, só porque ela insiste que tem que queimar as (míseras) calorias que ganhou na ceia de Natal e ficar linda pro réveillon e arrasar depois na Wari e... Ah se esses sacrifícios não são eu te amos daqueles imeeeeensos, minhas amigas, eu ensaco a viola e me voy pra outros prados. (Mais exemplos ali embaixo no rodapé****).<br />
<br />
Se você precisa - e aqui eu quero dizer "precisa" no sentido de "precisa precisa mesmo" - se você precisa mesmo ouvir um eu te amo pra ficar tranqüila, pra se sentir amada, pra se sentir segura, eu suspeito que você deva ter sérias dúvidas sobre seu valor, sobre se merece ser amada, sobre se realmente está em um relacionamento "sério de verdade", e por aí segue o baile. <b>Enfim, sua cabeça deve ser como a minha, que fica cheia de minhoquinhas por qualquer titica de nada - e naturalmente nenhuma dessas minhoquinhas é coisa boa (chama "catastrofismo" esse pensamento minhocal, um velho conhecido meu).</b><br />
<br />
Só que, qual a criatura que nunca fica insegura no amor? E qual o vivente que não fica feliz ao ouvir um eu te amo, daqueles de boca cheia - uma frase tão bonita, mesmo que banalizada? Se existe o sentimento, é ótimo e natural poder dizer e retribuir. Oras bolas, não é a coisa mais difícil do mundo balbuciar três palavrinhas. Do alto do meu habitual dramatismo e exagero eu penso: vamos lá, ninguém vai morrer falando ou ouvindo um eu te aminho*****.<br />
<br />
<b>Mas vamos lembrar de uma coisa: não existe nenhuma lei, que eu saiba, que exija a enunciação do eu te amo, que valide o eu te amo como a prova dos 9 (ou dos 69) do amor. As pessoas não tem o dever de nos amar e, mesmo que amem, não tem nenhuma obrigação de dizer eu te amo</b>. Sim, minha amiga, eu sei e concordo contigo: a vida é dura. Lembra que a vida não tem nenhum compromisso com a nossa felicidade. O universo é indiferente à nossa condição objetiva e subjetiva - em bom e chulo português, o universo está cagando e andando pra ti, pra mim e até pro Papa. E deus, bom, esse já picou a mula faz tempo.<br />
<br />
<b>Eu desejo, eu realmente desejo, que você se sinta amada sem ter que necessariamente ouvir eu te amo</b>. Se ouvir, que bom. Mas lembra sempre que palavras são palavras, não são AS coisas. Uma rosa é uma rosa é uma rosa. Você pode chamar a rosa por outro nome, mas ela vai continuar sendo aquela mesma coisa. Cuidado com as ilusões. Eu te amo pode ser apenas uma mentira, uma enganação, tão falso quanto uma nota de 3 reais ou um "claro, a gente se fala". Não se iludam, meus amigos. Nenhum eu te amo no mundo vai criar amor por geração espontânea ou tampouco vai resgatar um amor falido, um amor esgotado, um amor natimorto.<br />
<br />
<b>No fim-bem-no-finzinho de todas as contas, uma coisa é tão certa quanto os especiais do Rei a cada ano. Você pode ser feliz sem ouvir eu te amo. Você pode ser feliz sem dizer eu te amo. Mas você não pode ser feliz sem amar e ser amado.</b><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><b>Um Feliz 2013 à todos, com todas aquelas coisas de sempre, mas principalmente com muito amor, do tipo e tamanho que for.</b></span><br />
<br />
<br />
<3 S2 <3 S2 <3 S2 <3 S2 <3 S2 <3 S2 <3 S2 <3 S2 <3 S2 <3 S2<br />
<span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></span>
<br />
<div>
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: xx-small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: xx-small;">* Ao contrário do que 99,9% da população acredita, geralmente são os homens, e não as mulheres, que dizem o primeiro eu te amo em uma relação.</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: xx-small;"><a href="http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/homens-dizem-eu-te-amo-primeiro/" target="_blank">http://super.abril.com.br/<wbr></wbr>blogs/cienciamaluca/homens-<wbr></wbr>dizem-eu-te-amo-primeiro/</a></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: xx-small;">** Se Hollywood fosse uma empresa, seu slogan seria algo como "Hollywood, criando ilusões bestas e finais felizes desde sempre". Aliás, eu acho que o cinema é uma das coisas que mais fodeu com nossas cabeças quanto a modelos de amor e sexo, sobre expectativas do que é bacana, de como é um relacionamento, de como o sexo nunca é sujo e todos casais sempre gozam ao mesmo tempo, de como o amor SEMPRE passa por cima de TODAS dificuldades, e tudo mais. Com raríssimas exceções, os filmes de Hollywood são uma grande bosta, e a moderna comédia romântica é um dos gêneros mais estúpidos e infantis e danosos de todos os tempos, com raras exceções como "De Repente É Amor" (na verdade, esse é um filme tão fraco e estúpido e infantil quanto os outros, mas eu gosto dele, então que se foda minha teoria).</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: xx-small;">*** Obviamente tudo que estou dizendo vale para qualquer sexo, mas por razões estilísticas optei por me dirigir primariamente às amigas. E francamente, se você é homem, por que está lendo sobre essa frescuras de eu te amo?</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: xx-small;">**** Dois eu te amos dramáticos e um fofinho pra compensar:</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: xx-small;"> :::::: eu te amo dramático: ser "convencido" a assistir uma porra dum filme iraniano chato pra caralho só porque foi indicado ao Oscar e uns críticos metidos à besta da Zero Hora deram 5 bibs pra ele, enquanto que o que você mais queria era só jogar um FIFAzinho tranquilo com a galera.</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: xx-small;"> :::::: eu te amo dramático e ligeiramente inverossímil (mas que aconteceu de verdade com um amigo meu): rir muito e se esgoelar cantando "Don't Look Back in Anger" à capela no carro, isso depois que o carro ficou sem som pois o rádio foi roubado por culpa dela, que sempre esquece de trancar o carro e, afinal "mas amor, eu não tenho culpa, a gente só ia ali na Schutz rapidinho trocar um sapato, e além disso, amor, quem que assalta um carro na Padre Chagas no meio do dia com toda aquela gente ali, quem, meu deus, quem????"</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: xx-small;"> ::::::: eu te amo fófis: sempre abastecer no mesmo posto só para poder comprar um kitkat pra ela porque no Zaffari que vocês vão não tem kitkat (pôrran, Zaffari!!!)</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: xx-small;">***** Com a possível exceção de eu ouvir eu te amo dos lábios da Léa Seydoux ou da Anne Hathaway.</span></span></div>
<!--3--></div>
Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-1487531022775168802011-10-31T13:22:00.004-02:002011-10-31T13:22:37.387-02:00<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHZpBVdpUkWX3yr9jg9ZbiFiaSWaq5WYThxq-6OZ9ySj2xvoouPCKDkc6aPfn3vxmeASbsF0o_kK1gEGxBLETyUutKFLLM8SvJGxRcAXuZW2JsrKDMaqj6fcZCZVTOycu99qgYoikfuOln/s1600/Sem+t%25C3%25ADtulo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHZpBVdpUkWX3yr9jg9ZbiFiaSWaq5WYThxq-6OZ9ySj2xvoouPCKDkc6aPfn3vxmeASbsF0o_kK1gEGxBLETyUutKFLLM8SvJGxRcAXuZW2JsrKDMaqj6fcZCZVTOycu99qgYoikfuOln/s1600/Sem+t%25C3%25ADtulo.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Um texto antigo, mas presente.</td></tr>
</tbody></table>
<br />Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-44793306926075444812011-09-28T03:54:00.000-03:002011-09-28T03:54:30.722-03:00Por uma lógica do afeto<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX-pR8f_UYre8D6e84Stsnp-w9s65-P-EY5RlYHf1Z1Wdiurn_lGJhdqcNDIdsFvXSdTvrJPLooepdjhlknAq8O_bDQEFie8-9YcOFL9jCr3DMF75abWr4Kk30o2Q2djnuyNxKI0wNdpF9/s1600/Sem+Ti%25CC%2581tulo+3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX-pR8f_UYre8D6e84Stsnp-w9s65-P-EY5RlYHf1Z1Wdiurn_lGJhdqcNDIdsFvXSdTvrJPLooepdjhlknAq8O_bDQEFie8-9YcOFL9jCr3DMF75abWr4Kk30o2Q2djnuyNxKI0wNdpF9/s400/Sem+Ti%25CC%2581tulo+3.jpg" width="350" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Eu e Banda Falcatrua em 1996. Não é instagram, é Polaroid mesmo. </td></tr>
</tbody></table>
E então, um dia, uma guria pegou na minha mão e aquilo fez toda diferença. Me apaixonei. Simples assim.<br />
<br />Eu
tinha 20 anos. Nunca tinha tido uma namorada, só rolos. Ela era linda,
inteligente e parceira, do tipo que todos meus amigos sonhavam (e queriam)
namorar. O estranho é que eu a conhecia desde criança, uma grande amiga
de minha irmã e nunca tinha sequer considerado ter algo com ela, a via apenas como uma amiga. Sem falar no fato dela ser inatingível. Imune às tentativas de quem quer que fosse.<br />
<br />
Pois um dia, em uma praça onde me criei e sempre brincava, havia uma
festa da comunidade. Estávamos, eu e vários amigos, incluindo ela,
conversando em uma roda. Chegaram dois caras não sei de onde e começaram
a conversar com ela, dando em cima descaradamente. Eu estava do lado
dela, e por algum motivo, provavelmente porque ela queria se livrar dos
caras, pegou em minha mão e disse: deixa eu apresentar meu namorado. E
ficamos de mãos dadas por algum tempo, eles "vazaram" e ainda ficamos
assim por alguns minutos. Demos risada, nos divertindo com a cara dos
manés.<br />
<br />
Isso já deve ter acontecido com você. Alguém te fala alguma coisa ou faz
alguma coisa, e de repente você percebe, de uma hora pra outra que está
apaixonado. Pode ser um gesto, um abraço, uma palavra, um jeito de segurar o garfo
ou a forma com que ela se lambuza comendo um picolé. Pode ser um fio de
cabelo descendo pela nuca, ou os olhos que parecem tristes e te olham e abrem um sorriso. Assim, de repente assim. Sem razão assim.<br />
<br />
E foi assim, através de um enroscar de mãos em uma tarde com sol que me
vi apaixonado. Ou melhor, obcecado, que é apenas outro nome para paixão.
Não conseguia parar de pensar nela, de fantasiar como seria beijá-la,
como seria estarmos sós, dormindo abraçados. Pensava até em como
chegaríamos a ficar velhinhos e como seriam nossos netos. A mente voa
quando estamos apaixonados, mas
pousa sempre no mesmo lugar, hora após hora, voltando ao objeto de nossa
afeição como um avião que nunca consegue dar mais do que algumas voltas
em torno do aeroporto e retorna.<br />
<br />
A obsessão virou uma espécie de desafio e objetivo fixo. Depois de
muitas idas e vindas, creio que uns 6 meses, muitas coisas ditas (e não
ditas), muito papo ao telefone velho com rodinha, um dia, finalmente me
declarei (ao telefone, não tive coragem de falar ao vivo). Sim, eu te amo. Sim, quero ficar contigo. <br />
<br />
Não lembro exatamente quanto tempo depois dessa declaração finalmente
nos beijamos, em uma chácara, após um show da minha banda Falcatrua (o nome diz tudo) na garagem de
quem viria a ser meu melhor amigo. Lembro de estar perto do Golf
vermelho de meu pai, detalhe que parece insignificante mas que faz parte
dessa cena que tantas vezes revi em silêncio no cinema de minha
memória. Lembro que não foi fácil, houve uma espécie de resistência. Não
era inclusive minha primeira tentativa, houve uma investida anterior que
terminou com um virar de rosto humilhante. Mas perseverei, valia a pena.<br />
<br />
E então o primeiro beijo. Dizer que foi um momento mágico é obviamente
um clichê, o que paradoxalmente não torna a experiência menos mágica.
"Só nos tornamos cúmplices da vida, quando dizemos de todo coração, uma
banalidade". Eu te amo é tão banal e tão difícil e tão clichê e tão
raro. Ao menos para mim. Economizo eu te amos como quem salva dinheiro
numa poupança que nunca é gasta, acumulando sentimentos mas sem
revelar o saldo de minha conta, com medo de ser roubado. E no entanto,
dessa vez eu saquei toda minha poupança acumulada. Por que guardar tanto
dinheiro? Guardar dinheiro não traz felicidade, assim como guardar
amor. Ter dinheiro e ter amor trazem (geralmente) felicidade, mas só se
usufrui mesmo quando esses ativos são usados.<br />
<br />
No fim das contas, meu primeiro namoro chegou ao fim uns 6 meses depois.
Motivos? Que adianta pensar nisso agora. Meu amor não acabou de uma
hora para outra, pelo contrário, o carreguei como um peso por um bom
tempo. Carreguei todo ele, pois senti como se ela tivesse me devolvido
todo o amor que havia nela por mim. Mas no fim, o fim é apenas o início de um
novo começo, como diz uma <a href="http://youtu.be/xGytDsqkQY8">música</a>. Demorou, mas passou. Ainda somos amigos, embora nos falemos pouco. Ainda gosto dela, de um outro jeito, como gosto de meus amigos.<br />
<br />Por
que escrevi tudo isso? Esse post era para ser diferente. O título eu já
tinha há muito tempo, mas o recheio era outro, muito mais científico,
impessoal, cerebral. Quase um manifesto e uma súplica. Por algum motivo, hoje, no evento Fronteiras do Pensamento, em meio a uma palestra fantástica da <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Sylvia_Earle">Sylvia Earle</a>, ganhadora do prestigiado <a href="http://www.ted.com/talks/sylvia_earle_s_ted_prize_wish_to_protect_our_oceans.html">TED Prize</a>, desencantei a rechear o título no bloco de anotações do evento. E
o que me veio foi essa história. Porque o afeto não tem lógica, ele vem
e vai como que por magia. Quando vem, não podemos fazer nada, ele já é.
Quando foi, já foi.<br />
<br />
Podemos criar nossas histórias, podemos marcar um
momento em que nos apaixonamos, mas no fundo são histórias que criamos
para dar coerência à nossas vidas, para preencher o vácuo de explicações
das coisas talvez mais importantes. Assim como criamos Deus para
preencher o vácuo de nossa existência, inventamos o amor para dar
continuidade à nossa existência. Tenho certeza de que não sou a única
pessoa a desejar uma lógica cristalina do afeto. E no entanto, sei que
essa lógica, se existe, não é cristalina e, além disso, é impermeável à
explicações. Resta ficarmos maravilhados quando ele acontece. "Never
lose the sense of wonder", nas palavras de Sylvia. <br />
<br />
E se você olhar bem de perto, como diz a música, o amor, na verdade, está à nossa volta. <br />Basta abrir a mão e gastar o que não foi feito para ser guardado.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/-k3mG6CBE9I?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-38215769169263645382011-09-13T23:20:00.000-03:002011-09-13T23:24:11.051-03:00Sobre a morte
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmxPXtCKBdSYxgYO3mjrQNRsy3dyEOY8HOQqzsN3wkCrzly3-nSHRMcrqyoIciJydzeeH6h-fMXV84VehZN2GRv0bIZmSnrUejGkgCviG4n_dX7abb7BfibtRYyaVRg-E5cpgovSZHFXrN/s1600/Tio+Ze%25CC%2581.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmxPXtCKBdSYxgYO3mjrQNRsy3dyEOY8HOQqzsN3wkCrzly3-nSHRMcrqyoIciJydzeeH6h-fMXV84VehZN2GRv0bIZmSnrUejGkgCviG4n_dX7abb7BfibtRYyaVRg-E5cpgovSZHFXrN/s400/Tio+Ze%25CC%2581.png" width="396" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Tio Zé. Amo eternamente.</td></tr>
</tbody></table>
Alfie. Assisti à esse filme faz uns 6 anos. Muitas vezes pensei nele após ter visto, mas há muito tempo não pensava nele, até chegar essa noite. Pensei por 2 motivos: 1) me lembra meu primo, Fabio, que infelizmente já faleceu; 2) por causa da frase final do filme. É algo do tipo: "Tive várias mulheres, me diverti muito, tive tudo. Mas não tenho paz". (original: I have no peace of mind).<br />
<br />
Não, não tive muitas mulheres. Não, não sou bonito e rico como o Jude Law. Sim, me diverti muito até hoje. Mas I have no peace of mind.
Talvez seja até bom ser inquieto e inconformado. Mas às vezes cansa. Às vezes acho que preferia uma vida mais calma. Só que quando tive a vida calma, me aborreci. Eu encho o saco muito fácil, me entedio muito fácil, canso de relacionamentos muito fácil, canso de tudo muito fácil.<br />
<br />
Teenage angst? Talvez. Tédio existencial? Às vezes. Mas acho que todos passam por momentos assim. Se questionam sobre os rumos da vida, sobre seus sonhos, sobre seus amores, sobre o que é importante.
Eu penso muito na morte, por exemplo. Não porque eu queira morrer, muito pelo contrário. Tenho verdadeiro horror à morte, se eu pudesse escolher, não morreria. Nem as pessoas que gosto morreriam. Mas elas morrem. In the end, todos morrem.<br />
<br />
Quase todo dia, me pego pensando e olhando as pessoas e percebendo claramente que um dias essas pessoas irão morrer, e eu junto com elas. Será que serei antes? Antes de alguns, depois de outros, claro. A vida é assim mesmo, triste e alegre. Se choramos por alguém , é porque choramos por nós mesmos. Se perdemos alguém , perdemos sempre uma parte de nós. Se nos vamos, o mundo perde parte de nós.<br />
<br />
A verdade última é que nascemos sozinhos e morremos sozinhos. Com pessoas que nos amam, mas vamos sozinhos. Muitas já se foram de minha vida, só para relembrar, meu primo, meus avós, meu tio Zé, esse ano ainda.
Penso e temo por quem será o próximo. Porque acho que será de repente, sem aviso. Se for com aviso, não será menos triste ou menos difícil.
Mas vai acontecer. Eu vou, eles vão, todos irão. Não há o que fazer.<br />
<br />
Por isso não acredito em Deus nem em vida após a morte. A vida é aqui e agora. Conforta? Acho que menos do que os que acreditam. Mas creio que torna a vida mais valiosa, porque não se repete. Millôr já disse: viver é desenhar sem borracha. Complemento: morrer é não poder rabiscar mais.<br />
<br />
Faz alguns dias, reli alguns trechos de um livro, de Luc Ferry, filósofo francês que inclusive conhecerei em breve pois minha empresa está trazendo ele à Florianópolis para o evento Fronteiras do Pensamento, que já ocorre em Porto Alegre e São Paulo. Estou muito animado e feliz pela oportunidade que terei de conhecê-lo pois ele escreveu um livro maravilhoso, chamado Aprendendo a Viver. A tese principal é de que a filosofia e a religião, no fundo, são respostas à morte, ao temor da morte e tudo mais.<br />
<br />
E na última página, ele conta a história de uma entrevista que uma pessoa famosa deu. Essa pessoa também não acreditava em Deus ou vida após a morte. E participou de uma entrevista em que são feitas perguntas padrão a todos entrevistados, tipo ping-pong. Uma dessas perguntas era: se você pudesse ir para o céu e encontrar Deus, o que diria? Ele respondeu: que bom poder encontrar as pessoas que amo. Ou seja, mesmo um ateu declarado, o que ele mais queria era rever quem ele amou. Penso, não há como ser diferente. Creio que seja um desejo universal. Poderia ser minha resposta também.<br />
<br />
Mas, como já disse, um dia o fim chega. E nunca estamos preparados. E temos que seguir em frente, até que aconteça com a gente ou com quem amamos. E até lá, tentarmos fazer o melhor, aproveitar o máximo, tentar deixar um legado, um amor, algo que faça o mundo tentar lembrar que um dia estivemos aqui. Que um dia, participamos de tudo isso. Que um dia, brilhamos, mesmo que depois tenhamos apagado.<br />
<br />
O difícil é percebermos como somos sortudos de poder estar aqui e ter conhecido e amado a quem amamos. Ah como é difícil. Às vezes consigo. Às vezes só sinto tristeza. Às vezes alegria por todos que amo e amei.
Escrever é um a forma de tentar permanecer. Gosto de pensar que um dia meus filhos, netos, bisnetos e n-netos poderão ler o que escrevi, olhar meu perfil no Facebook e também gostar de mim, talvez até amar, pois de certa forma eles estarão aqui porque meus antepassados estiveram e eu estive. É uma espécie de conforto. É tudo que tenho.<br />
<br />
Agora vou parar de escrever pois não sei mais o que escrever.<br />
Obrigado aos que me lêem.<br />
É um prazer imenso saber que não estou sozinho.<br />
Até mais!Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-42015056182990791462011-04-20T15:33:00.002-03:002011-04-20T15:36:36.659-03:00Sobre a importância de criar o que for<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMGsCkKbWQZRrYCL4gqrGx9BmDHkUssxXX88Fo9s6PL7z0J8yNj9MEtY4E2rsHwjTYhYErERvpbTvkS0OFFkPETRhHs_U5t2GbxCaB6h5xpg4DWVfhdACLArr77W9JS6jH7BruauQvmnTn/s1600/IMG_2167.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMGsCkKbWQZRrYCL4gqrGx9BmDHkUssxXX88Fo9s6PL7z0J8yNj9MEtY4E2rsHwjTYhYErERvpbTvkS0OFFkPETRhHs_U5t2GbxCaB6h5xpg4DWVfhdACLArr77W9JS6jH7BruauQvmnTn/s640/IMG_2167.png" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Anotações aleatórias no meu "notebook"</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 13pt;">Escritores são arquitetos. De imagens e sentimentos. Nem sempre para os outros mas sempre para si mesmos. Li uma vez e concordo: nunca escrevemos ou choramos pelos outros. É sempre por nós mesmos que choramos. Se atingimos um outro é porque tocamos em algo profundo, uma corda que ressona como um Lá maior, que não importa o instrumento ou o lugar, sempre vai vibrar na freqüência exata de 440 Hz (ou múltiplos disso). Mas o timbre sempre é único.</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 13pt;">E sendo tão particulares como o timbre de uma voz, única entre 7 bilhões de pessoas, entre todas as pessoas que existem, existiram ou existirão, às vezes conseguimos tocar o âmago de toda humanidade, tornando assim uma única voz na voz de todas as pessoas. Do particular para o universal. Só conseguimos isso sendo o que ninguém é, fora nós mesmos: sendo nós mesmos. Fernando Pessoa já disse: o poeta é um fingidor. Finge a dor que nem mesmo sente, mas que já sentiu ou imaginou sentir. No fim, somos o que fingimos para nós mesmos.</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 13pt;"><br />
Às vezes penso se o que escrevo é bom. Algumas pessoas já me disseram que é, e sou grato a elas. Mas há algo que importa mais do que escrever bem. E isso é simplesmente escrever. Ou pintar. Ou criar, qualquer coisa, de qualquer maneira. Por que? Porque isso é algo que só você pode fazer, criar o que é seu. Não importa a qualidade, importa que é seu e tudo que você criar só podia ter sido criado por você. </span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 13pt;">Há uma frase que expressa bem o que quero dizer: há um chapéu onde antes não havia nada. E há porque você fez aquele chapéu. Por isso sinto um prazer imenso sempre que acabo de escrever algo, olho para o que escrevi como se fosse um filho. Tudo o que você cria, sozinho ou com alguém, é filho seu, com seu DNA, mutante ou não. </span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 13pt;">Olhe para ele com carinho. E continue tendo filhos, eles sobreviverão a você, e serão sua marca no mundo, por menor que seja essa marca. Não pisar tão de leve que ninguém perceba nem tão forte que destrua. Foi algo assim que meu colega Mateus Grasseli falou na noite da formatura de 2º grau do colégio Leonardo Da Vinci, no final de 1993. Momentos que não voltam mais, e que, no entanto, nunca nos deixam.</span></div><br />
<iframe src="http://www.facebook.com/plugins/like.php?href=http%3A%2F%2Fwww.heleno.net%2F2011%2F04%2Fsobre-importancia-de-criar-o-que-seja.html&layout=standard&show_faces=true&width=450&action=recommend&font&colorscheme=light&height=80" scrolling="no" frameborder="0" style="border:none; overflow:hidden; width:450px; height:80px;" allowTransparency="true"></iframe>Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-53254716264842077982011-04-01T14:12:00.000-03:002011-04-01T14:12:27.531-03:00A Hipótese de Bruna - ou Da Função Social da Prostituição<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWlznVdXnnm2I9BdeRIJUCaukPc9mJ8rd_tbn9cX4fKKEQ6bshIiLfbjbFb1DfsxKc-pIGGYyTtdpXx2QiJ_zxdUwwh9ckOM8KPb4gY2J9-KRR4YxkFH4IR0LRESJ497Fj_mH8NT674UDa/s1600/Deborah-Secco-como-Bruna-Surfistinha2-size-598.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWlznVdXnnm2I9BdeRIJUCaukPc9mJ8rd_tbn9cX4fKKEQ6bshIiLfbjbFb1DfsxKc-pIGGYyTtdpXx2QiJ_zxdUwwh9ckOM8KPb4gY2J9-KRR4YxkFH4IR0LRESJ497Fj_mH8NT674UDa/s640/Deborah-Secco-como-Bruna-Surfistinha2-size-598.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bem mais bonita que a real. Mas não está disponível.</td></tr>
</tbody></table><i>"<span style="font-family: arial; font-size: x-small;">Eu não pago para fazer sexo com uma mulher. Eu pago para ela ir embora depois." Jack Nicholson</span></i><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: x-small;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal;"><i><br />
</i></span></i></span><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Bruna Surfistinha é um bom filme mas não vou aqui escrever uma crítica. O que me deixou pensando foi uma coisa que Bruna diz no filme: "já salvei muitos casamentos."</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><br />
</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Será? A lógica é algo do tipo: em vez de trair a parceira com outra pessoa "normal" ou acabar um relacionamento por falta de "variação", tédio ou o que seja, o homem busca a profissional, que satisfaz o desejo sem complicações. O homem não precisa se esforçar nem se preocupar com uma ligação emocional e a mulher não corre o risco de perder seu homem para outra mulher. Bom, Raquel pode ter salvo vários casamentos, mas pelo menos um ela não salvou: o casamento do ex-cliente que se separou de sua mulher para ficar com Bruna.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><br />
</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><br />
</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Essa lógica me fez lembrar de uma tarde que passei com amigos num café elaborando um audacioso business plan para um negócio de alto potencial. O nome da corporação seria SPF, Serviço de Proteção à Família. Essa corporação, ou Clube de Relacionamento como preferimos chamar, ofereceria um nível de serviço nunca visto no setor do entretenimento masculino adulto. Nosso SPF seria o iPhone desse mercado: algo que estaria anos-luz a frente da concorrência. Os planos não prosperaram além daquela tarde, mas certamente conseguimos espantar vários clientes da Starbucks que estavam ao nosso lado. Tudo começou com uma brincadeira, mas ao final da conversa estávamos elaborando a mecânica do Programa de Fidelidade. Ou talvez fosse o primeiro Programa de Infidelidade do mundo.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><br />
</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><br />
</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Mas afinal, a afirmação de Bruna faz sentido? Para resolver a questão, podemos imaginar um experimento para verificar cientificamente se prostitutas atuam como um SPF, salvando relacionamentos do desastre. Bastaria pegar 2 grupos de homens e acompanhar suas vidas durante alguns anos. É um estudo muito comum na área da saúde e o nome técnico é estudo longitudinal. Um grupo faria uso constante dos SPF, e os outros não fariam (sim, existem e são a maioria). Se a hipótese do SPF estiver certa, o grupo de usuários dos serviços teria uma taxa menor de divórcios e/ou menos conflitos com parceiras. Por motivos óbvios, dificilmente este estudo existirá (e se existir, gostaria de investigar a fundo o método de coleta de dados).</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><br />
</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><br />
</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Como não temos dados, cada um fica com sua teoria por hora. Mas digamos que em alguns casos, o uso de SPF pudesse teoricamente ajudar a "salvar" ou manter relacionamentos. Ora, se o preço de manter um relacionamento é ter de fazer sexo com prostitutas, vale a pena manter esse relacionamento? Suponho que a maioria das mulheres responderia não, mas o mundo não é feito de teorias e sim de uma confusão incrível de desejos, conflitos, dilemas, paradoxos e por aí vai. A velha história de que na prática, a teoria é outra. De forma geral, creio que o furo é bem mais em cima. No cérebro, o verdadeiro órgão sexual.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><br />
</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><br />
</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">O que não precisa de estudo para se comprovar* é o fato de que as profissionais do sexo de hoje enfrentam uma concorrência nunca vista na história da humanidade. De onde vem essa concorrência? Mulheres que fazem sexo sem cobrar. Ou seja, a maioria. A revolução dos costumes facilitou muito a ocorrência do sexo antes do casamento, sexo casual, em série, em paralelo, em cima, embaixo, de lado, etc.... Aliás, a expressão "sexo casual" foi criada há apenas algumas décadas atrás.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><br />
</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Ainda assim, essa concorrência dificilmente levará à falência dos SPFs. Enquanto os homens forem menos seletivos e desejarem mais sexo do que as mulheres, este mercado existirá. Ou seja, para sempre.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><br />
</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><br />
</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">*Se você não acredita, leia o primeiro capítulo do livro Super Freakonomics, que traz justamente um estudo interessantíssimo sobre a prosituição.</span></span></div>Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-84543908944404976322011-03-03T06:53:00.047-03:002011-03-03T16:57:29.705-03:00In Jobs We Trust<div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4ScQKo7VcSeh_bxGjvIwkrIchk_t13_UYh3aDyU9zG9OziTI-OlNPcwdoqQOZkvHagvRMBi8lUyGcbs3fo6XSCw_ML5ShYoQJ4VIew_ZYbbfvsIBoDz7xICvWWT5Om3nKX_peZZRbN3Y3/s1600/steve-jobs-economist-cover.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4ScQKo7VcSeh_bxGjvIwkrIchk_t13_UYh3aDyU9zG9OziTI-OlNPcwdoqQOZkvHagvRMBi8lUyGcbs3fo6XSCw_ML5ShYoQJ4VIew_ZYbbfvsIBoDz7xICvWWT5Om3nKX_peZZRbN3Y3/s640/steve-jobs-economist-cover.jpg" width="483" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Amém.</td></tr>
</tbody></table><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Em 2001, trabalhava na RBS na área de Análise de Mercado e fazíamos muitos trabalhos sobre telecom. Lia todo tipo de relatórios que falavam sobre o futuro, e o resumo era: dados, dados, dados.. a receita com voz ia cair, o consumo de dados e a receita com dados ia subir e etc. Achava aquilo uma grande baboseira.. que tipo de dados iam trafegar? Meu Nokia mal mandava mensagens, e o máximo era o jogo da cobra. Então, em 2005 comprei um Samsung, que acessava web via GPRS ou WAP. Não usava muito, demorava pacas e a tela era muito pequena. Uma vez, no entanto, fui salvo de uma enrascada pelo Google, com esse celular (essa história eu preciso escrever outra hora, o taxista Severino). Lembro de algumas poucas vezes em que acessei meu email pessoal. E só. Então continuei achando toda aquela história de dados uma grande besteira.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span> <br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Enter the iPhone.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span> <br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Afinal, como eram os telefones antes do iPhone? O que eles faziam? Como acessavam a internet? Não lembro. Talvez fizessem isso bem, mas ninguém dava bola. E isso mudou de uma hora para a outra. Devido ao iPhone, a rede 3G da AT&T sofreu constantes congestionamentos e até hoje as pessoas reclamam de lentidão. Era chegado, finalmente, o momento dos dados. O momento de acessar a web onde quer que eu estivesse. Mas esse momento não veio através de ações de operadoras, como se previa lá em 2001. Veio através de um competidor pequeno em comparação às grandes teles e que até então não tinha nada a ver com telecom (favor desconsiderar a fracassada experiência do Motorola RKR com iTunes).</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span> <br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Meu mundo estava completo. </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Mas peraí. Na verdade eu resisti a comprar um iPhone. Minha entrada no </span><a href="http://dilbert.com/strips/comic/2010-09-23/"><span style="color: #0008ea; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">campo de distorção de realidade de Mr Jobs</span></span></a><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> se deu com o iPod 3G (ou 4G?) branco, tela monocromática, levemente azulada, que meus pais trouxeram do Paraguai em 2005 junto com minha primeira câmera digital. Ah saudoso iPod!!! Quando comprei meu iPod preto com tela colorida 5G, "vendi" o branco a um grande amigo, que anos depois me "devolveria" a peça dizendo que não funcionava. Mas eu sempre fui de fuçar e ressuscitei o danado.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span> <br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Aliás comprei meu iPod preto em julho de 2007, em NY, justamente quando foi liberado o primeiro iPhone 1G, nem existia app store na época. Lembro de no aeroporto encontrar um cara que havia comprado vários iPhones e vi ele mexendo no app de fotos. Muito bacana, pensei, mas muito grande. Gosto de celulares pequenos, quanto menor, melhor. Tanto que troquei meu velho Samsung por um menor Samsung, pelo qual também me apaixonei à primeira vista. Um amigo chamou esse meu aparelho de "celular de p..." mas ainda assim o mantenho em meu santuário de gadgets queridos. O chamo de celular canivete, devido a sua forma de abrir.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span> <br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Então, em 2008 resolvi sair do mundo da Microsoft e comprei meu iMac 20". Paixão. Casei achando que ia ser bom, mas a paixão só cresceu. Às vezes, antes de dormir, paro e olho para trás e fico me deleitando com a beleza que é um iMac. Não vou traí-lo jamais. A não ser por um modelo mais novo, como hão de ser a maioria das traições.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span> <br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Voltando ao iPhone. Ele continuava me intrigando. Mas sempre que eu o via, pensava: muito GRANDE. Me lembrava o celular "chapinha", o Motorola RZR, sucesso absoluto por volta de 2006, mas que nunca me apeteceu justamente por ser muito grande.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span> <br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Pois bem... como sói acontecer (sempre quis usar essa palavra, sói) uma vez pedi para brincar com o iPhone de um amigo. Lembro de ter jogado Aquaplay (quem tem mais de 30 sabe do que falo) e um jogo de futebol. E foi ali, naquele instante, no Parque Hopi Hari, no carnaval de 2009, que mudei minha cabeça. Sim, eu gostei do iPhone. Sim, vou comprar um iPhone. Sim, eu PRECISO de um iPhone. Agora.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span> <br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Comprei o dito em abril de 2009, em viagem à California. Coincidentemente, o comprei em San Francisco, pertinho da sede da Apple em Cupertino, a Meca Sagrada dos Fanboys (como são conhecidos os fanáticos por Apple). E digo mais, a Pedra de Cabala - ou qualquer que seja o nome daquele cubo preto gigante ao redor do qual muçulmanos ficam girando sem parar - a </span><a href="http://www.ipadnewsdaily.com/crowds-wait-to-be-first-in-country-to-buy-ipad-0729/"><span style="color: #0008ea; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Pedra de Cabala ocidental</span></span></a><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> fica em NY, na 5a avenida e é transparente, não preta.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span> <br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">iPhone 3G e eu. Paixão novamente. Meu deus, como me apaixono fácil! Taí mais um negócio que nunca vou trair. A não ser, claro, por um modelo mais novo. E logo depois de eu voltar de viagem, nosso amigo Steve vai lá e lança o 3GS. Ok, ainda é bem parecido com o 3G, posso aguentar. E em 2010, ele me vem com o iPhone 4. Hmmm, esse eu fiquei querendo muito. Não comprei pois não viajei mais ao exterior e me recuso a pagar o preço ridículo aqui no Brasil.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span> <br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">E em 2010 também lançaram um produto que, quando vi, não me disse muito. O iPad era apenas um iPodizão Touch. É, esse não vou precisar comprar não. Outras 15 milhões de pessoas </span><a href="http://www.youtube.com/watch?v=HpiVeC1Z3yI"><span style="color: #0008ea; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">pensaram diferente</span></span></a><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span> <br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Pois bem... como sói acontecer (ó, segunda aparição!) uma vez um amigo me mostrou o seu (iPad) e decidi que precisava de um. TERIA que comprar um. Mas também não ia pagar o preço daqui. Então até agora estou sem, invejando meus amigos da RBS que passam serelepes com seus iPads e os exibem em cima das mesas. Inveja branca, vejam bem meus amigos, não estou criticando. Eu faria o mesmo.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span> <br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">E ontem o mais-magro-que-eu Mr Jobs me mostra o </span><a href="http://www.apple.com/ipad/"><span style="color: #0008ea; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">iPad 2</span></span></a><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">. Ah, esse vai ser meu. Logo, logo, em junho botarei as mão em um, possivelmente em Oslo. Em termos de produto, o que mais impressiona é a mudança física, a diminuição da espessura principalmente, menor que 1 cm (8,8 mm para ser exato), mais fino que o iPhone 4 inclusive. E o app GarageBand, uma obra de arte para quem gosta de música. Hey Android, cadê o seu GarageBand? Aliás, anyone? A Apple vence de novo. Sim, admito, sou fanboy declarado e brand evangelist. In Jobs We Trust.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span> <br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Agora, escrevi tudo isso motivado por algo que realmente chamou minha atenção mais do que tudo. Algo tão singelo quanto uma capa. Algo tão complexo quanto uma capa. Ou tão esperto, a julgar pelo pedante nome de Smart Cover. Bem, algumas pessoas e empresas podem ser pedantes. Como diz uma frase que inventei agora, não há nada de errado em cantar de galo. Se você for um galo.</span><br />
<br />
<object style="height: 390px; width: 640px;"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/naVZDRcI0p4?version=3"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowScriptAccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/naVZDRcI0p4?version=3" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" allowScriptAccess="always" width="640" height="390"></object><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Esta </span><a href="http://techcrunch.com/2011/03/02/ipad-cover/"><span style="color: #0008ea; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Smart Cover</span></span></a><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> é uma obra primorosa do design moderno. Basta ver o vídeo acima para entender. Ela foi desenvolvida em conjunto com o iPad 2, e não poderia ser diferente, pois só funciona graças a imãs que ficam escondidos dentro da carcaça do aparelho. Porque fazer essa capa? Jony Ive, mestre dos magos do design, talvez o designer industrial mais famoso do mundo, explica que, entre outras coisas, </span><a href="http://www.youtube.com/watch?v=Z_d6_gbb90I"><span style="color: #0008ea; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">a capa anterior escondia o belo corpo de aluminio do iPad</span></span></a><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">. Hey, se você pagou caro por isso, não vai querer esconder, certo? Então por uma razão puramente estética resolveram fazer diferente. Mas não é só isso. A capa funciona como suporte, em duas posições. E se encaixa automaticamente. E vem em várias cores. E o tecido interno também ajuda a limpar a tela. E quando você abre a capa, o iPad liga instantaneamente. E quando você fecha, ele desliga. Realmente parece uma capa esperta, quiçá (outra palavra que queria usar) mágica.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span> <br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">E eu fico só imaginando o tamanho do esforço e do carinho (sim, carinho) só para pensar nesse detalhe. Que agora já não parece mais um detalhe, é algo natural, que certamente só não me ocorreu pois estava muito ocupado pensando em outras coisas. Se eu tivesse que pinçar algo para exemplificar o que é a Apple, eu escolheria esta capa. Tudo está ali. A simplicidade, a elegância, a funcionalidade, a preocupação estética, a integração primorosa. <a href="http://www.macstories.net/stories/the-genius-of-apples-smart-cover/">Um toque de gênio.</a></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span> <br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">É por isso que fiquei lendo vários artigos sobre o iPad 2 e porque vi a </span><a href="http://www.youtube.com/watch?v=qQG0XfU-bFs"><span style="color: #0008ea; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">apresentação completa do evento de lançamento</span></span></a><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> agora de madrugada (72 min). É como se eu estivesse vendo o lançamento de um filme. Até a qualidade da imagem é muito superior a dos filmes que geralmente se baixa por aí (nunca fiz isso). Esses keynotes são nada menos do que teatrais, cinematográficos, possivelmente ensaiados até a euxastão como o Oscar, mas que, ao contrário dessa cerimônia decadente, não parecem forçados, tem algo de substancial a dizer e repercutem por toda imprensa como poucas empresas conseguem em seus eventos. Qual foi a última vez que você leu uma notícia sobre um evento de lançamento de um produto da Microsoft?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> </span> <br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">E esses eventos são naturalmente aguardados com grande ansiedade e expectativa por uma grande comunidade. As piadas e estocadas nos "concorrentes" são um bônus que reforça o ardor dos fanboys e a ira dos hateboys. A Apple não é perfeita, claro, e tem várias coisas que me irritam em seus produtos. Ainda assim, o que eu mais admiro é o apreço pelo detalhe, mesmo que pareça insignificante, a busca incansável da união entre estética, funcionalidade e simplicidade. Como Mr. Jobs fala ao final do evento, a Apple está na intersecção da tecnologia e da arte. E para alguns (muitos), <a href="http://www.foxnews.com/scitech/2010/07/28/new-religion-apple-say-academics/">perto de uma religião</a>. Glória a Jobs, senhor.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span><br />
<br />
</div><iframe allowtransparency="true" frameborder="0" scrolling="no" src="http://www.facebook.com/plugins/like.php?href=http%3A%2F%2Fwww.heleno.net%2F2011%2F03%2Fin-jobs-we-trust.html&layout=standard&show_faces=true&width=450&action=like&colorscheme=light&height=80" style="border: none; height: 80px; overflow: hidden; width: 450px;"></iframe>Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-29753906205715945832011-02-11T21:00:00.001-02:002011-02-14T11:50:54.963-02:00Slightly Off-Kilter<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuOBG7Ha8gRkc4urh6rxsD204IobJaIWjKelfSk7lhyO_1WBaCgxUE2Ly08ak0kGO1FJOMO14mbDRbaApd6JbyV83VerHd4JNXcIhHnGfYFXlCT3cyMxFSGLUpM8vsyBJTywsW2RH1LqDY/s1600/Slightly+off+kilter.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuOBG7Ha8gRkc4urh6rxsD204IobJaIWjKelfSk7lhyO_1WBaCgxUE2Ly08ak0kGO1FJOMO14mbDRbaApd6JbyV83VerHd4JNXcIhHnGfYFXlCT3cyMxFSGLUpM8vsyBJTywsW2RH1LqDY/s640/Slightly+off+kilter.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bedazzling.</td></tr>
</tbody></table><br />
<div style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">I was looking at a picture (not actually the one shown here, as I couldn't show the real picture for privacy issues). It portrays a young woman wearing a very beautiful face. For some reason, I couldn't get my eyes off her. And I couldn't get my head out of it as well. And I kept coming back for more. </span></div><div style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">I began thinking why it is so. It's not as if I'm in love or anything like that. It's just that this girl has something that I couldn't quite put my finger on. And then I realized what it was.</span></div><div style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Her eyes. </span></div><div style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Her glance. </span></div><div style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Her gaze. </span></div><div style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">It has a kind of hypnotic quality, so that one cannot help but stare at this truly bedazzling glare. A Glare that exerts a kind of bedazzlement upon me, with a luminance strong enough to light a light in the mind's eye.</span></div><div style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">I came to my senses as to the reason of this entrapment that I found myself into. And I assigned it to a very particular quality of hers, which is that her eyes are slightly off-kilter. Normally one would think that this is not desirable, and surely most of the time that's the way it is. But this girl, she's different. Slightly off-center, but just rightly so, subtle yet noticeable to an attentive mind. The luminous power it exudes puts me on a state of trance hard to get out of. And yet I crave for this, for it bewitches me, it inspires me, it entangles me in knots I'm not really sure I'd be willing to get rid of. </span></div><div style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Hope springs eternal.</span></div>Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-38466097613302683952010-12-08T20:50:00.007-02:002010-12-08T22:39:12.359-02:00Lembranças tão imensas de nossa dor (parte final)<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyMhzzD_ROxQBCAtWpLBljtqyoqkaziyUVVOvYnBRtW9sV2K0hQZJKjJFpRm-_OK8jcpDvUK1dFhKf0AOy6rFnG9OVYNjhOEdDccJF9c03Bt58sT-PrspDm7O0hvyy8nNwN_USWUR07h39/s1600/San+Diego+Times.JPG" imageanchor="1" linkindex="118" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyMhzzD_ROxQBCAtWpLBljtqyoqkaziyUVVOvYnBRtW9sV2K0hQZJKjJFpRm-_OK8jcpDvUK1dFhKf0AOy6rFnG9OVYNjhOEdDccJF9c03Bt58sT-PrspDm7O0hvyy8nNwN_USWUR07h39/s640/San+Diego+Times.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">San Diego... A imagem não tem nada a ver com o post, só acho ela bonita. A história da foto fica pra outro post</td></tr>
</tbody></table><br />
Continuando então a saga do <a href="http://heleno1.blogspot.com/2010/12/lembrancas-tao-imensas-de-nossa-dor.html" linkindex="119">post anterior</a> (cortei alguns episódios menores, então este é post final da série. Se bem que tem alguns episódios que vale post por si só). Buenas, como todos sabem, um dos momentos cruciais na vida é a escolha da faculdade. Pois bem...<br />
<br />
- Escolhi minha faculdade com base na lógica inquestionável de uma colega, pela qual eu estava apaixonado, e que faria vestibular para essa mesma faculdade: "Ah, tu sabe desenhar bem, Heleno, então tem que fazer Arquitetura". Por que não, eu pensei? Afinal, eu ia poder ficar perto dela e arquitetura é a maior barbada, ficar fazendo uns desenhozinhos por aí...<br />
<ul><li>Impacto: repeti 6 vezes (não, eu não errei a digitação) a cadeira mais importante da Faculdade de Arquitetura, a cadeira de Projeto 1. Finalmente, reconheci que meu pai estava certo ao me alertar que, talvez, e só talvez, Arquitetura não fosse para mim. </li>
</ul>- Ok, então Arquitetura não dá. Resolvi pedir transferência de curso. Deixa eu ver agora, qual que escolho.. hmmm.. ok, quando eu era pequeno eu queria ser médico. Então vamos de Medicina! Mas pensando bem, Direito também é tão bacana, de repente ser um juiz e tal. E Ciências da Computação então? Computador é o futuro, meu pai já dizia. Ah... mas e Publicidade e Propaganda? Criar aqueles comerciais vencedores de Cannes que passam no Multishow. Se bem que Administração também pode ser uma hein, cursinho mais genérico, um 2º grau estendido. Hmmm... difícil escolher...<br />
<ul><li>Impacto: como não conseguia decidir, solicitei transferência para essas 5 faculdades. Afinal, são tão similares... </li>
</ul>- Bom, dificilmente vou ser aceito nas 5, transferência não é tão mole, são poucas vagas internas e depende basicamente do desempenho no vestibular. Mas o lado bom é que o processo de seleção vai decidir por mim, vou fazer onde me aceitarem. O problema é: eu era um nerd que sempre ia muito bem na escola (não tanto na faculdade de Arquitetura), e no vestibular passei em segundo lugar.<br />
<ul><li>Impacto: recebi uma ligação da reitoria informando que fui aceito em 4 cursos dos 5 para os quais pedi transferência. Só Publicidade não me aceitou. Me vinguei fazendo Administração e hoje trabalho na área de publicidade.</li>
</ul>- Após me formar em Administração, entrei no mestrado em Marketing. Durante a fase crítica de fazer a pesquisa para a dissertação e escrever papers, eu passava as tardes em casa realizando tarefas absolutamente inadiáveis (ex.: arrumar livros em ordem de assunto e dentro de assunto em lidos/não lidos e dentro destes em ordem alfabética por título, arrumar roupas por estilo, cor e frequência de uso, ler 4 jornais diários para me manter informado)<br />
<ul><li>Impacto: dependi da caridade de professores para ser aprovado com base em papers geniais, escritos na madrugada da data de entrega. A dissertação só não ganhou nota máxima possivelmente porque gastei mais tempo escrevendo e reescrevendo os agradecimentos do que a própria dissertação em si. (quem tiver coragem pode ver a dissertação <a href="http://j.mp/igsZX4" linkindex="120">aqui) </a></li>
</ul>- Esqueci a letra de uma música no meio de uma apresentação de improviso em um bar, com meu amigo Guga Fabbro na guitarra (e ele é totalmente fera, até professor é). Era uma música brasileira famosa, acho que do Cazuza. Da qual todos sabem a letra. Até eu. Até aquele dia.<br />
<br />
<ul><li>Impacto: não cantei mais de improviso. Pelo menos não em português. E nunca mais me apresentei em público com o Guga. </li>
</ul>- Aprendi a tocar violão e gravei uma música para uma menina que conheci no Mestrado, dedicando a música à ela e gravando no meu iPod. [Dedicatória com voz de locutor de rádio bagaceira] "Rosssssana, essa é pra ti... bãt óu de promissessss uí meiq, from de crêideuuu tchu de greiv, uên óuu ai uãn is iuuuuuuuuuuu...". Uma choradeira só. Não funcionou, mas tudo bem. A única questão é que uns 2 anos depois conheci outra menina, e para tentar impressionar a infeliz vítima, fui mostrar uma música bacana do U2 que gravei há um tempo atrás... (<a href="http://j.mp/fEWPOG" linkindex="121">essa aqui</a>, só excluí a constrangedora dedicatória) <br />
<ul><li>Impacto: mais uma noite solitária. Uma delas ainda é minha amiga.</li>
</ul>- Fui enganado no orkut por uma menina. Ela me adicionou e veio falar comigo. Não a conhecia, mas a julgar pela foto do perfil devia ter antepassados <a href="http://j.mp/gKdz9a" linkindex="122">dinamarqueses</a>. Ela era do interior de SP e eu morava em Porto Alegre. O papo evoluiu e depois de alguns telefonemas, conversas cada vez mais sérias e longas - chegando ao ponto de combinar um encontro - a pessoa avisa que... hummm.. bem... então... aquela ali na verdade não sou eu... quer dizer, sou eu mas a foto não é de mim, entende?... silêncio... incredulidade... mas então qual é tua foto??? peraí, vou te mandar... tensão... internet lenta... foto pesada.... chega a foto... ... silêncio... incredulidade... incredulidade... incredulidade...... digamos que até poderia ser dinamarquesa, mas certamente não tinha acesso ao lendário sistema de saúde que permite plásticas gratuitas.<br />
<ul><li>Impacto: mudei para o facebook, que pelo menos é mais bonito que o orkut e adotei critérios mais avançados na aceitação de "amigos". E também não faço mais longas ligações interurbanas do celular para quem eu não conheço pessoalmente.</li>
</ul>- Certa feita, em momento crítico, uma namorada comparou certas partes de minha anatomia a de um ex-namorado, de uma forma que não me pareceu exatamente um elogio.<br />
<ul><li>Impacto: perdi a capacidade de manter a concentração, e depois perdi boa parte de meu salário em inúmeras horas de 40 minutos com psicoterapeutas das mais diversas linhagens e estirpes.</li>
</ul>Eu poderia continuar. Todo dia continuo aprendendo coisas, e geralmente através da dor. Talvez a dor seja a melhor professora. Ainda assim, não seria de todo ruim se viesse com uma anestesia de vez em quando. O único ponto é que com a anestesia eu não aprendo nada, e teria que fechar o blog pois não teria mais histórias para contar. <br />
<br />
Para mim, quando as coisas dão errado (e geralmente dão), isso pelo menos vira uma história. E, no fim das contas, ficam as lembranças boas. Como as que tive ontem pensando no que aconteceu nos 2 shows do Paul McCartney que vi há pouco. Em parte uma tragédia financeira de alto calibre. Mas no futuro apenas um momento inesquecível. Vale um post... outra hora.<br />
<br />
<iframe allowtransparency="true" frameborder="0" scrolling="no" src="http://www.facebook.com/plugins/like.php?href=http%3A%2F%2Fheleno1.blogspot.com%2F2010%2F12%2Flembrancas-tao-imensas-de-nossa-dor_08.html&layout=standard&show_faces=true&width=450&action=like&font=lucida+grande&colorscheme=light&height=80" style="border: medium none; height: 80px; overflow: hidden; width: 450px;"></iframe>Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-62507215418695479662010-12-01T12:26:00.005-02:002010-12-01T15:01:44.180-02:00Lembranças tão imensas de nossa dor (parte 1)<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCmk50ulF1Meex5nXL9KrqOUPDq8x1dbjiHK7M-8caS_2uwjgl8IaF1wfo_F1tdxH7w6rPqt-QvX0Ql3r86dCh1uG6zXDq4eb2CvbOG2h2rfaVCqSKptg7F7WFXd_9Ks6_XOf9Edxq6Hj3/s1600/Heleno+crian%C3%A7a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCmk50ulF1Meex5nXL9KrqOUPDq8x1dbjiHK7M-8caS_2uwjgl8IaF1wfo_F1tdxH7w6rPqt-QvX0Ql3r86dCh1uG6zXDq4eb2CvbOG2h2rfaVCqSKptg7F7WFXd_9Ks6_XOf9Edxq6Hj3/s1600/Heleno+crian%C3%A7a.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sim, eu era loiro, fofo (meu apelido até os 2 anos) e bonito. Depois, foi só dor e ladeira abaixo. Ver abaixo.</td></tr>
</tbody></table>Momentos de dor. Que geram um impacto, e fazem você se enxergar de forma diferente e aprender, evoluir, tentar de novo. Todos temos momentos desses para lembrar.<br />
<br />
Resolvi então fazer um breve balanço de minha vida (ok, nem tão breve, levei mais de 5 horas no auge da madrugada para escrever e reescrever) e <b>compartilhar alguns dos meus momentos de dor e também os impactos que estas experiências me causaram</b>. Ficou tão grande que vou dividir em 3 partes, publicando toda quarta. Assim, começo em ordem mazomenos cronológica:<br />
<br />
- Tive a cabeça e os ombros encharcados de vômito pelo Jairo na fila de entrada no primeiro dia de aula da primeira série do primeiro grau na Escola Santa Cruz, em Nova Milano (RS). Fui socorrido pela minha prima mais velha, Yara, que foi chamada às pressas para me dar um banho. O conteúdo não era identificável, afora salame colonial.<br />
<ul><li>Impacto: não como salame e fico longe de pessoas que acabaram de comer salame. Também prefiro não ficar na frente de pessoas mais altas que eu numa fila.</li>
</ul>- Tirei a sobrancelha direita no terceiro ano do primeiro grau para "ver como ficava".<br />
<br />
<ul><li>Impacto: aprendi a usar lápis de maquiagem, salvo novamente pela Yara e passei um bom tempo sem lavar o rosto na escola.</li>
</ul><br />
<div style="margin: 0px;">- Era obrigado a ir à missa todo domingo (pela manhã!!!!!!) durante 8 anos.</div><ul><li>Impacto: perdi a fé em Deus. E também não vou precisar casar, pelo menos não na igreja.</li>
</ul><br />
- Banhei meus cabelos com água oxigenada e fui ao sol, por não acreditar que isso deixaria meus cabelos loiros. Balela, eu pensava.<br />
<ul><li>Impacto: passei a depositar minha fé na ciência.</li>
</ul><br />
<div style="margin: 0px;"></div><div style="margin: 0px;">- No primeiro dia de aula, no primeiro dia de funcionamento do Leonardo da Vinci, colégio mais exclusivo de Caxias do Sul, a professora pediu que nos apresentássemos. Declarei que meu sonho era revolucionar o mundo, como Albert Einstein. Se você lembra do seu segundo grau, certamente sabe que adolescentes espinhentos de 14 anos são espécie universalmente conhecida pela crueldade. E digamos que eu exagerei um pouquinho em meu sonho.</div><div style="margin: 0px;"><ul><li>Impacto: ganhei o apelido de Einstein e fui um dos alunos mais populares do colégio. Se você nunca foi um loser popular, dificilmente vai entender que ser popular nem sempre é bom.</li>
</ul></div><div style="margin: 0px;"></div><div style="margin: 0px;">- Entrei no ônibus errado e fui parar Flores da Cunha. Como eu disse, estudava em Caxias do Sul e o destino era Nova Milano, em Farroupilha, a uns 30 km de Flores da Cunha. </div><div style="margin: 0px;"><ul><li>Impacto: passei a sempre olhar com muito zelo a placa que informa o destino do ônibus e desenvolvi uma desconfiança imediata de que estou no ônibus errado assim que ele pega uma estrada diferente da que sempre toma.</li>
</ul></div><div style="margin: 0px;"></div><div style="margin: 0px;">- Entrei no ônibus certo, dormi profundamente e desci no lugar errado. E São Sebastião do Caí definitivamente não é nada perto de Nova Milano.</div><div style="margin: 0px;"><ul><li>Impacto: insônia em ônibus desde então. Insônia felizmente não transferida a aviões com escala, e espero que continue assim.</li>
</ul></div><div style="margin: 0px;"></div><div style="margin: 0px;">- Passei uma tarde nublada jogando taco-bola na beira da praia em Imbé em um feriadão. Sem protetor.</div><div style="margin: 0px;"><ul><li>Impacto: aprendi que em dia nublado o sol também queima e tive que andar de chinelo por 3 semanas devido a queimaduras de 2o grau nos pés. Num início de inverno. Inverno de Caxias. No segundo grau. Onde eu já era bem popular.</li>
</ul></div><div style="margin: 0px;"></div><div style="margin: 0px;"></div><div style="margin: 0px;">- Eu era nerd, CDF, magro, sardento e orelhudo.</div><div style="margin: 0px;"><ul><li>Impacto: baixa auto-estima e vida social inexistente (varar noites jogando Super Nintendo não é válido como vida social). Hoje estou menos orelhudo, pois fiz plástica em 1998. Isso porque meus pais se compadeceram de mim quando descobriram que eu estava usando Super Bonder nas orelhas. Funciona bem, se você não se importa de andar com uma Super Bonder no bolso caso a orelha se descole. E ela sempre descolava, nos piores momentos.</li>
</ul></div><div style="margin: 0px;"></div><div style="margin: 0px;">- Tinha baixa auto-estima</div><div style="margin: 0px;"><ul><li>Impacto: conhecia mulheres vendo revista. Minha melhor tentativa foi escrever uma carta de amor em alemão, para a menina não ter ideia do que estava escrito, de tanta vergonha que eu tinha. Óbvio que ela foi falar com meu vô Ervino. Meu vô traduziu, até porque foi ele também que converteu minha carta do português para o alemão. Minha amiga ouviu atentamente. Veio conversar comigo. Me confessou que gostava do meu melhor amigo. Nunca mais escrevi cartas em alemão. E para tentar entender as mulheres, eu lia a Nova, que minha tia Nena assinava. Não creio que eu tenha entendido algo sobre as mulheres.</li>
</ul></div><div style="margin: 0px;"></div><div style="margin: 0px;">- Não tinha ideia do que as mulheres queriam.</div><div style="margin: 0px;"><ul><li>Impacto: nenhum. Continuo não sabendo. Freud não sabia. Ninguém sabe. Nem vai saber</li>
</ul></div><style>
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</style><qtl class="" style="display: none; left: 381px; top: 1127px;"> <qtlbar name="bar"><img src="http://www.qtl.co.il/img/copy.png" title="Copy Selction" /><a href="http://int.ask.com/web?siteid=10000861&webqsrc=999&l=dis&q=pelo%20Jairo" target="_blank" title="Search With Ask"><img src="http://www.ask.com/favicon.ico" /></a><img src="http://translate.google.com/favicon.ico" title="Translate With Google" /></qtlbar> <iframe name="content"></iframe> </qtl><br />
<br />
<iframe src="http://www.facebook.com/plugins/like.php?href=http%3A%2F%2Fheleno1.blogspot.com%2F2010%2F12%2Flembrancas-tao-imensas-de-nossa-dor.html&layout=standard&show_faces=true&width=450&action=like&colorscheme=light&height=80" scrolling="no" frameborder="0" style="border:none; overflow:hidden; width:450px; height:80px;" allowTransparency="true"></iframe>Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-63124619722921895212010-11-01T04:50:00.003-02:002010-11-01T14:02:33.240-02:00Vou me mudar pra Dinamarca<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv8nSd06RVMd_3vSvzpCHImCzg2rDn8UgAlmGsbkdeu3di-wgQ0EmEBK2RdXZo2y4JZWNWuhpl9n3c-coHfXwxVR-d6x8Wvrn4p_FI3r7A-JkPPEKaaeU98CpmevCtUEq4slRut_259ddM/s1600/holandesas.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ok, não são da Dinamarca. Mas e daí?</td></tr>
</tbody></table><br />
Em momentos de tensão é possível descobrir coisas que em tempos bons não descobriríamos. Nesta eleição confesso que fiquei chocado com o baixo nível da campanha de Serra. Já adianto que respeito quem votou em Serra, a maioria é gente do bem. Não acho que sejam "uns dementes, sem educação, que não pensam, que querem o atraso", assim como muitos pensam dos que votaram em Dilma.<br />
<br />
Eu inclusive votei na Marina Silva no primeiro turno, pois acho que precisávamos de uma renovação e a Dilma nunca me pareceu a candidata ideal. Agora, neste segundo turno não era possível ver Serra e o que há de mais retrógrado na política brasileira ganhar. Dilma e o PT, com todos defeitos que têm, ainda estão anos-luz a frente do PSDB.<br />
<br />
Pois bem, estava no twitter quando vejo uma tuitada de Marcello Serpa, <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://twitter.com/marcello_serpa" linkindex="98">http://twitter.com/marcello_serpa</a>. Se você não sabe, o cara é um dos maiores e mais premiados publicitários do Brasil, dono da AlmapBBDO, agência brasileira mais premiada em Cannes. Tive a oportunidade inclusive de participar de um curso, Grandes Publicitários, e ver uma entrevista que Celso Loducca, outro grande publicitário, fez com ele. Muito bom o curso, que teve também Nizan Guanaes, Washington Olivetto, Alexandre Gama e Roberto Justus - ou seja, a nata da publicidade brasileira, uma das melhores do mundo.<br />
<br />
O Marcello Serpa escreveu o seguinte:<br />
<br />
<blockquote><i>"Votei contra intolerância, autoritarismo, ideologia Jeca, peleguismo, aparelhamento.... Preferia ter votado a favor de alguma coisa :)</i><br />
<i>PSDB R.I.P. 47% querem votar num partido, num princípio, numa proposta e não só contra o PT.</i><br />
<i>Voltei, votei e agora me preparo para mais 4 anos na contramão."</i></blockquote><br />
Eu, <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://twitter.com/rockstar1000" linkindex="99">http://twitter.com/rockstar1000</a>, resolvi ironizar:<br />
<br />
<blockquote><i>Pô que legal, votou na Dilma! RT @Marcello_Serpa: Votei contra intolerância, autoritarismo, ideologia Jeca, peleguismo, aparelhamento....</i></blockquote><br />
E ele me deu uma réplica:<br />
<br />
<blockquote><i>@rockstar1000 Comemore, mas não me encha o saco.</i></blockquote><br />
Nunca imaginei que ele fosse me responder, não costumo falar com pessoas famosas no twitter, então me surpreendi ao ver seu comentário. Como me pareceu rude, fiz a tréplica:<br />
<br />
<blockquote><i>Idem para você meu caro RT @Marcello_Serpa: @rockstar1000 Comemore, mas não me encha o saco.</i></blockquote><br />
Não acho que ele tenha sido preconceituoso, coisa que vi em muitos comentários que li, afinal não falou contra pobres, nordestinos, etc. Até concordo com ele que boa parte da população quer votar a favor de algo e não contra. Realmente, Rest In Peace PSDB. A mediocridade da oposição é visível a qualquer um que tenha os olhos abertos. Ou até mesmo, fechados.<br />
<br />
Mas quando li que o Marcelo votou contra a intolerância, imediatamente pensei que uma das maiores intolerâncias dessa campanha foi o infame debate sobre aborto, levantado pelo campo de Serra.<br />
Autoritarismo? Serra tinha um vice do DEM, antiga Ditadura.<br />
Ideologia Jeca? Qual é a ideologia da coligação Serra-DEM? Ódio?<br />
Peleguismo e aparelhamento? Quer dizer que os outros governos, nacionais, estaduais, municipais não tem isso também? Aliás, um dos males da política brasileira como um todo.<br />
<br />
Enfim, se Marcello Serpa, com todo seu currículo e educação pensa assim, não espanta haver tanto preconceito, ódio, intolerância, autoritarismo e ideologia jeca no Brasil.<br />
<br />
Sei que não sou perfeito, nem sou dono da verdade, mas tento manter um nível. Tento. Tenho também meus preconceitos e todos os têm, embora a gente às vezes nem saiba quais são. Ter preconceitos faz parte da biologia do ser humano.<br />
<br />
E estou citando o Marcelo Serpa como exemplo apenas, pois também me espanto com a opinião de muitos amigos meus, e somos a elite de fato do Brasil. O problema não é votar em Serra, repito. O problema é votar por preconceito. Somos todos a favor de paz, amor, democracia, desde que seja para nós. Desde que não mexam com meus privilégios. E desde que os pobres (vagabundos, todos claro) fiquem no seu cantinho sem nos atrapalhar querendo votar em que mais os favoreceu.<br />
<br />
E apesar de tudo isso, fico feliz de ver que muitas pessoas pelas quais tenho imenso afeto conseguem discutir em nível elevado. Mesmo que eu discorde delas, é um prazer discutir com quem tem conteúdo e não preconceito, ou ler um artigo menos inflamado por paixões. Mas com tanta gente agora querendo ir embora do país, a jugar pelas mensagens na internet, quem teve vontade de ir embora fui eu, triste com tão baixo nível.<br />
<br />
Quem sabe para a Dinamarca, onde eu teria que lavar meus próprios pratos, entre outras outras coisitas más (talvez uma visão idealizada mas não deve estar longe da verdade):<br />
<ul><li>Onde provavelmente eu teria que estacionar meu carro, e não largá-lo na mão de um vallet que nunca vai poder comprar o carro mesmo que economize toda vida.</li>
<li>Onde não vou nunca ver mulheres com caras resignadas segurando bandeiras ao sol anunciando prédios.</li>
<li>Onde não vou ter que recusar dar esmola para alguém no trânsito, pois não vai haver ninguém pedindo esmola no trânsito.</li>
<li>Onde meu prédio não vai ter porteiro e o entregador de pizza vai poder vir até minha porta, e não vou precisar descer e receber a pizza através de uma grade.</li>
<li>Onde não vou ver seguranças de terno embaixo de guarda-sóis de uma tal Haganá.</li>
<li>Onde vou poder deixar meu carro em casa e andar com transporte público, ou de bicicleta (ok, bicicleta já é utopia para mim =).</li>
<li>Onde não pensem que os que recebem ajuda do Estado sejam vagabundos.</li>
<li>Onde impostos sejam realmente revertidos em serviços de valor para a população.</li>
<li>Onde educação seja realmente valorizada pois é o único caminho para o crescimento sustentado.</li>
<li>Onde aborto, sexualidade e religião não sejam tema de campanha.</li>
<li>Onde não ter religião seja comum e não visto como um defeito ou aberração.</li>
<li>Onde um partido autoritário e retrógrado não se intitule Democrata (nos EUA os democratas são os liberais)</li>
<li>Onde o voto não seja obrigatório.</li>
<li>Onde as mulheres sejam loiras, de olho azul, altas e liberais/libertinas.</li>
</ul><br />
Ok, desconsiderem essa última. No Brasil as mulheres são muito mais bonitas. Mas confesso, tenho preconceito contra feiúra. A feiúra que vem de dentro. Daquela que foi o que mais vi nessa disputa. Que essa feiúra fique para trás.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a bitly="BITLY_PROCESSED" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGpq84ZpKe5dFXpfrLVZpy_7MzjRUvqcc4ZCewHYGCudi8rJChUeKSkAHlutiivP9rO-dBMK5fUtDuyIIngEkAcJF1qIjcJuGFb4BQbmEPc-hcUWEjPa7l2-6v5-dRhF3OHvZvLW4JtOsJ/s1600/Assinatura.png" imageanchor="1" linkindex="100" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="75" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGpq84ZpKe5dFXpfrLVZpy_7MzjRUvqcc4ZCewHYGCudi8rJChUeKSkAHlutiivP9rO-dBMK5fUtDuyIIngEkAcJF1qIjcJuGFb4BQbmEPc-hcUWEjPa7l2-6v5-dRhF3OHvZvLW4JtOsJ/s200/Assinatura.png" width="200" /></a></div><br />
<br />
<iframe allowtransparency="true" frameborder="0" scrolling="no" src="http://www.facebook.com/plugins/like.php?href=http%3A%2F%2Fheleno1.blogspot.com%2F2010%2F11%2Fvou-me-mudar-pra-dinamarca.html&layout=standard&show_faces=true&width=450&action=like&colorscheme=light&height=80" style="border: medium none; height: 80px; overflow: hidden; width: 450px;"></iframe>Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-35453913436717325092010-10-29T15:23:00.011-02:002010-10-29T17:57:51.075-02:00O que aprendi com Preta Gil<i><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: small;">Você pode ser feio por fora, mas bonito por dentro. Ou vice-versa. Ou ambos. Ou nenhum.</span></b></i><br />
<div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a bitly="BITLY_PROCESSED" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzDlUb3hqxtqrJAFgoVBus0MD2XVgerU-vnHXohTYXrmLebxiwlDqpm1qr08KeRagMgkqCzxHrNosWUuIsIYrN7YdzLOVO9ZaBeDsVzPGXaSuCuWpiJa9YlJy8v_2xQht0ozJ0Wn7sfi3b/s1600/preta_gil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzDlUb3hqxtqrJAFgoVBus0MD2XVgerU-vnHXohTYXrmLebxiwlDqpm1qr08KeRagMgkqCzxHrNosWUuIsIYrN7YdzLOVO9ZaBeDsVzPGXaSuCuWpiJa9YlJy8v_2xQht0ozJ0Wn7sfi3b/s1600/preta_gil.jpg" /></a></div></div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
<br />
Contexto: rapaz do interior, solitário, numa cidade grande. Querendo conhecer pessoas e fazer "amizades".</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Início: internet</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Meio: restaurante / casa</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Fim: táxi</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"></div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Sites de relacionamento. Quem nunca se cadastrou, pelo menos deu uma olhada, nem que seja por curiosidade. Enquanto eu navegava por aí, encontrei um tal de <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://www.hotornot.com/">www.hotornot.com</a>. Hot or Not? Você carrega uma foto sua ali, ela é revisada por uma pessoa real para garantir que não contenha pornografia/etc, e quando a foto é aprovada, as pessoas começam a te dar nota, de 1 a 10. É como uma pesquisa pra saber se você está, literalmente, bem na foto. Porque foto na internet a gente sabe como é. Nos esforçamos para encontrar aquela em que o ângulo esteja ok, o sorriso perfeito, o cabelo arrumado, e por aí vai. Eu também tento fazer o meu melhor, sem destoar muito da realidade - ou seja, minha foto é essa coisa mesmo que você está vendo aí.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Buenas. Mas o legal é que você também fica dando nota pros pobres diabos como eu que se sujeitam a essa pesquisa. Os números de 1 a 10 representam coisas diferentes para pessoas diferentes, mas no geral há uma certa concordância quanto ao que é bonito e feio (tema para outro post sobre psicologia evolucionária). E todos temos curiosidade em saber como somos vistos. Então achei divertido. </div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">A dura realidade. Depois de algumas avaliações você já pode ver sua média (por ex. 8) e sua posição: "você é mais quente [hotter] do que 78% dos homens neste site". Estes são os dados atuais do meu perfil e me deixam feliz até. E isso só pode significar que 1) as pessoas têm um péssimo senso de beleza, ou 2) minha foto está tão boa que na verdade os que me avaliam estão avaliando outra pessoa e não o eu "real". Me recuso a acreditar na segunda.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Tudo isso para dizer que você também pode se comunicar de uma forma rudimentar com quem você achar bonito. Não lembro se eu a procurei ou ela me achou. Sei que trocamos e-mails e começamos a conversar no msn. A bem da verdade, a foto dela no hotornot estava meio difusa, uma foto de cima para baixo, ela dentro de uma piscina escorada na borda, com óculos escuros e só as mãos para fora. Sinais claros de que 1) há algo a esconder ou 2) sou tão segura de mim que não preciso colocar uma foto excelente. Me recusei a acreditar na primeira. E eu estava certo, como você vai ver.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Após algumas conversas, chegou o momento do convite para jantar. Fiquei super animado e comentei com um amigo, e ele naturalmente quis ver a foto da moçoila. Os olhos de lince dele focaram na única parte do corpo exposta de forma clara: as mãos. E vaticinou: cuidado que ela tem mãozinha gorda. Mas essa é uma avaliação muito subjetiva. E eu não ia desmarcar o jantar porque um amigo achou que a mãozinha estava meio gorda. Vamos dar o benefício da dúvida.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">E lá fui, disposto até a ir a um lugar meio distante, em uma cidade enorme. Fui anunciado na portaria do prédio e me instruíram a aguardar no lobby. O momento da verdade estava muito próximo. A tensão atinge o pico quando a porta do elevador se abre. Quem viria lá de dentro? Que surpresas (boas) estariam me aguardando?</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Vamos ver em câmera lenta agora. </div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">O barulho do elevador aportando no térreo. djjjjjjjjjjjjjjjjjjmmmmmm</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">A primeira visão do braço empurrando a porta de aço. squeeeeeeeeeeeeeeek</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">E, finalmente, a pessoa por inteiro. Tã-rã!</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Putz, mas tanta tensão por nada. Não era ela. Ufa! Por que se fosse, eu estaria muito enrascado - digamos que essa pessoa era grande em todos sentidos (horizontal e vertical). Tudo bem vamos esperar mais um pouco. Mulher sempre atrasa, diz que está descendo mas ainda vai fazer a chapinha. Enquanto isso fiquei observando a pessoa se aproximar, o elevador estava distante, e seguindo regras básicas da civilização, esbocei um sorriso e um boa noite.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">No entanto - sempre há um no entanto - a pessoa vinha diretamente à mim, e a cada passo sorria um pouco mais. Eu sorri também, por educação. Mas a pessoa estava sorrindo muito. Eu já estava constrangido, pois parecia que a pessoa estava me esperando. E foi chegando. E foi sorrindo. E foi chegando. E foi sorrindo. E foi chegando. Chegando. Chegando.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Chegou.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Oiiiii</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Hmmm.. oi</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Frederico? [o nome do meu amigo]</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Hmmm.. sim</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Eu sou a [Preta Gil, eu pensei. Só pode ser brincadeira isso aqui. É uma pegadinha! Cadê a câmera?]</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Hmmm.. ahhhh.. claro... hehe... [Beijinho, beijinho] [E agora? E agora? Se eu seguisse a brilhante dica de um amigo escolado em furadas, teria inventado uma imensa dor de barriga na hora, adiando o encontro para outro dia - o dia de amanhã, eternamente o dia de amanhã]</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Então, vamos?</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Hmmm.. ah sim... claro.. vamos...</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Tenho que aprender a dizer não. Foi a única coisa que ficou na minha mente em todo trajeto até o restaurante, cuidadosamente escolhido. Agora já era tarde. Bater o carro estava fora de questão. Então o melhor que podemos fazer é encarar como uma oportunidade de reflexão, uma reflexão cara, mas ainda assim uma reflexão.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Conversando sobre nós mesmos, fico sabendo que ela é modelo. Rá, tem senso de humor a menina. Mas olho para o lado e percebo que ela falou sério. Pensei: até pode ser, já vi anúncios em que usam mulheres não exatamente no melhor de sua forma, para ficarmos num eufemismo. Melhor não entrar nesse papo.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Por algum motivo, ao chegar no restaurante, ela fica indecisa e diz que não está a fim de ir no que escolhi. Foi talvez a única coisa certa que ela fez naquela noite. E sugeriu um estilo cantina, menos bacanudo e mais barato. Agradeci em voz baixa. E rumamos. O jantar até foi engraçado, eu pude comer sem me preocupar em puxar assunto pois ela puxava todos assuntos. Puxava, desenvolvia, acabava e puxava outro. Em resumo, ela era amiga de pessoas famosas, e era desejada por um cara extremamente rico, que já tinha proposto casamento. Questionei a sanidade desse cara, mas vai saber. Talvez eu só precisasse vê-la com outros olhos. Deixar os preconceitos de lado, buscar a beleza interior. Sim, eu teria que buscar bem fundo, quase uma busca à um tesouro afundado no mar a 15 mil metros de profundidade sem equipamento de mergulho. Mas quem disse que isso é impossível (fora as leis imutáveis da física)?</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Acaba o jantar e chega a hora tão aguardada. Levar a moça embora, voltar para casa e nunca mais aceitar sair com uma pessoa cuja única foto é dentro de uma piscina só com as mãos para fora. Ou melhor, nunca mais sair com ninguém só baseado na foto. Ou melhor, nunca mais sair com ninguém conhecido através de um site de relacionamento.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Já no carro, pergunto:</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Bom, então vamos para...</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Vamos pra sua casa?</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- É, hmmm, ahhh, hmmmm</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- É perto?</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Ahhh hmmm hummmmm</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Depois você me leva pra minha casa.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Esse foi o segundo momento da noite em que lembrei da necessidade absoluta de desenvolver a capacidade essencial de dizer não no momento certo. Movido agora por uma curiosidade sobre até onde essa história me levaria, fui pra casa. Rezando para que o meu amigo, com quem divido o apartamento não estivesse acordado. Ele não ia se aguentar. Tenho certeza que ia me chamar num canto e me dar uns bofetões pra deixar de ser banzo. Mas ele já estava dormindo. Era um dia de semana.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Chegou um momento em que o papo acabou. Eu já tinha ido tão longe, a história já estava tão trágica, que agora iríamos em frente. Sim, nos beijamos. Ela quis ir para o quarto. Medo. Não vou contar detalhes, por respeito a você, leitor, que teve força suficiente para ler este post gigante até aqui. Mas posso sim revelar que não houve o que você está pensando que houve. O que ocorreu foi um momento único, que desde aquele momento entitulei de "conchinha". Não tenho como representar essa "conchinha" mimicamente. Então, use sua imaginação e visualize o que entitulo a partir de agora como o momento "conchão". Pense numa sequóia, a qual você nunca vai conseguir abraçar por inteiro, a não ser que seja o homem elástico.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">A noite passou e não consegui dormir direito na posição "conchão". Acordei bem antes do horário usual, mas nem um pouco disposto a levar a Preta Gil para casa novamente. Inventei então que estava atrasado, dei carona até chegar ao meu trabalho, parei no ponto de taxi que há em frente, rezando para que nenhum colega tivesse resolvido acordar antes e chegar naquele horário. Dei R$ 50 a ela pra pagar o táxi, o que representou o maior custo benefício entre todos meus gastos até então.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Dias depois ela me liga dizendo que precisa devolver o troco (???). Digo que não posso, mas que se ela fizer questão, pode deixar aqui na portaria e me entregam.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">O que eu não contei e vou contar agora para vocês entenderem melhor a Preta Gil é o tipo de coisas que ela me disse:</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- "Teu carro está bem velho né. Tá na hora de trocar."</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- "Ah a essa altura você já deveria ter comprado um apartamento. Meu amigo tem um apartamento de R$ 10 milhões aqui perto"</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- "Essa tua camisa não tá mais na moda, o legal agora são as camisas do jacaré"</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Como eu não estava a fim de DR sem ter o R, não dei continuidade. Nem à conversa nem ao R. Só pensei: quem essa mulher acha que é? A vontade era de falar tudo que eu achava que ela deveria mudar. Mas ia demorar muito. Ou não, na verdade, ela tinha que mudar tudo, nascer de novo com outro DNA.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">O que eu aprendi então com a Preta Gil é o seguinte:</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">A pior combinação possível para o ser humano é ser feio por dentro e por fora. O "por fora" até se ajeita. Mas o "por dentro", nem com operação de transplante.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a bitly="BITLY_PROCESSED" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGpq84ZpKe5dFXpfrLVZpy_7MzjRUvqcc4ZCewHYGCudi8rJChUeKSkAHlutiivP9rO-dBMK5fUtDuyIIngEkAcJF1qIjcJuGFb4BQbmEPc-hcUWEjPa7l2-6v5-dRhF3OHvZvLW4JtOsJ/s1600/Assinatura.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="75" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGpq84ZpKe5dFXpfrLVZpy_7MzjRUvqcc4ZCewHYGCudi8rJChUeKSkAHlutiivP9rO-dBMK5fUtDuyIIngEkAcJF1qIjcJuGFb4BQbmEPc-hcUWEjPa7l2-6v5-dRhF3OHvZvLW4JtOsJ/s200/Assinatura.png" width="200" /></a></div><a bitly="BITLY_PROCESSED" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSleCOF9NfTUyE3CtP8NwA1aBHFgtddrh0yzmGVAzbzZ6GhqDZnf36lq8bPrsQOCordhQrY_li5AxSD1azC00XQ3HUd0rJMFfXANXI86K8vSrXU5CYSncp9uK-QI2PQPSltVb0HrTK9i1V/s1600/Assinatura+Heleno.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><br />
</a><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div></div><br />
<iframe src="http://www.facebook.com/plugins/like.php?href=http%3A%2F%2Fheleno1.blogspot.com%2F2010%2F10%2Fo-que-aprendi-com-preta-gil.html&layout=standard&show_faces=true&width=450&action=like&font=lucida+grande&colorscheme=light&height=80" scrolling="no" frameborder="0" style="border:none; overflow:hidden; width:450px; height:80px;" allowTransparency="true"></iframe>Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-48894951645391119632010-10-25T03:04:00.047-02:002010-10-25T03:55:59.184-02:00O melhor de todos<i>"Uma vez eu quis ser o melhor de todos</i><br />
<i>Nenhum vento ou cachoeira poderia me impedir</i><br />
<i>E então veio a correnteza da enchente</i><br />
<i>As estrelas da noite transformaram-se profundamente em pó"</i><br />
<br />
<i><span style="font-size: x-small;">Tradução livre de The Greatest, de Cat Power </span></i><br />
<br />
<br />
<object height="385" width="640"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/s4uoUqf8vKE?fs=1&hl=pt_BR&color1=0x234900&color2=0x4e9e00"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/s4uoUqf8vKE?fs=1&hl=pt_BR&color1=0x234900&color2=0x4e9e00" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="640" height="385"></embed></object><br />
<br />
<div id="eow-description">Versão que fiz da legítima "maior de todas", que é a maravilhosa Cat Power (Chan Marshall para os íntimos). É de chorar.<br />
<br />
Da performance ou da música ou das fotos.<br />
<br />
Ou dos três.<br />
<br />
O vídeo é uma montagem com as fotos que tive o privilégio de tirar no show dela no Via Funchal, em 18/7/2009. Inesquecível.<br />
<br />
E olhando a foto dessa moça, eu me pergunto: <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1px4v4sYn2puYAkXg7BUtGJfsuPfJThky2ulEKYSALjVCnw8rkLFdTpViy2nWTz0i0PnRKc_hpOhdBhSwnwmn2KCUSK51STj2Xq9TJ4hIncu9LQPb0h9VjYf4ZhUqje4U1pG76iSUDJcI/s1600/Cat+Power+in+USA+outfit" imageanchor="1" linkindex="27" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1px4v4sYn2puYAkXg7BUtGJfsuPfJThky2ulEKYSALjVCnw8rkLFdTpViy2nWTz0i0PnRKc_hpOhdBhSwnwmn2KCUSK51STj2Xq9TJ4hIncu9LQPb0h9VjYf4ZhUqje4U1pG76iSUDJcI/s1600/Cat+Power+in+USA+outfit" /></a></div><br />
<br />
<span style="font-size: x-large;">OQUEQUÉISSOOOOO?????????????</span><br />
<br />
E essa roupa de bandeira americana??? Já falei que amo os EUA? Eu amo mesmo, não é ironia.<br />
<br />
Buenas, ela ao vivo é muito mais impressionante. E acho que a versão dela ao vivo no Jools Holland é um pouco melhor que a minha:<br />
<br />
<object height="505" width="640"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/MJfQXS1hKDo?fs=1&hl=pt_BR&color1=0x234900&color2=0x4e9e00"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/MJfQXS1hKDo?fs=1&hl=pt_BR&color1=0x234900&color2=0x4e9e00" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="640" height="505"></embed></object><br />
<br />
<br />
E tem também a versão original, em cima de trechos do My Blueberry Nights, filme lindo que tem a participação da Cat Power, como ex-namorada do Jude Law. Perdeu playboy!<br />
<br />
<object height="505" width="640"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/4cCupTpjjfo?fs=1&hl=pt_BR&color1=0x234900&color2=0x4e9e00"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/4cCupTpjjfo?fs=1&hl=pt_BR&color1=0x234900&color2=0x4e9e00" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="640" height="505"></embed></object><br />
<br />
E ela até fez versão pra Wonderwall!!! Um dia ponho aqui minha interpretação dessa linda música da melhor banda do mundo. E definitivamente é (muito) mais agradável ver a Cat Power cantando do que os monocelhas dos irmãos Gallagher.<br />
<br />
Fui...<br />
<br />
Com um(ns) suspiro(s)...<br />
<br />
<object height="505" width="640"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/LeR1Mo8S7cs?fs=1&hl=pt_BR&color1=0x234900&color2=0x4e9e00"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/LeR1Mo8S7cs?fs=1&hl=pt_BR&color1=0x234900&color2=0x4e9e00" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="640" height="505"></embed></object><br />
<br />
Letra da The Greatest:<br />
<br />
Once I wanted to be the greatest<br />
No wind or waterfall could stall me<br />
And then came the rush of the flood<br />
The stars at night turned deep to dust<br />
<br />
Melt me down into big black armor<br />
Leave no trace of grace just in your honor<br />
Lower me down to culprit south<br />
Make 'em wash a space in town<br />
<br />
For the lead and the dregs of my bed<br />
I've been sleeping<br />
Lower me down, pin me in<br />
Secure the grounds for the later parade<br />
<br />
Once I wanted to be the greatest<br />
Two fists of solid rock<br />
With brains that could explain<br />
Any feeling<br />
<br />
Lower me down, pin me in<br />
Secure the grounds<br />
For the lead and the dregs of my bed<br />
I've been sleeping for the later parade<br />
<br />
Once I wanted to be the greatest<br />
No wind or water fall could stall me<br />
And then came the rush of the flood<br />
The stars at night turned deep to dust</div><br />
<br />
<br />
<h4></h4>Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-33463171039088109642010-10-13T04:13:00.005-03:002010-10-13T10:51:05.098-03:00O Xiita do Silêncio<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWsGzFSsQNamwwzVXVgKfTPfeP7JN9nB0rQmk64DtCOB_aXe14BAOj7wFSxUqn23KggvJwGrOIWLmCoLas8UzAKQVn0f2uzskoYIVEk8ijxM9QeCTK9Bbvr32XmPUusACx8OkUaLQOs4Sg/s1600/Inglourious.jpg" imageanchor="1" linkindex="17" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWsGzFSsQNamwwzVXVgKfTPfeP7JN9nB0rQmk64DtCOB_aXe14BAOj7wFSxUqn23KggvJwGrOIWLmCoLas8UzAKQVn0f2uzskoYIVEk8ijxM9QeCTK9Bbvr32XmPUusACx8OkUaLQOs4Sg/s640/Inglourious.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bastardos Inglórios: cena em que matam Hitler no cinema. Ele estava falando muito alto.</td></tr>
</tbody></table><br />
<br />
Sou chato.<br />
Muito chato.<br />
Quem me conhece sabe do que estou falando. Ou quem me segue no twitter e facebook. Todo dia perco amigos e followers. Mas tudo bem. Minha mãe ainda me ama (ver post abaixo).<br />
<br />
Acho que sou chato porque raramente deixo de dar minha opinião, sobre tudo, mesmo que vá contra o senso comum (e é muitas vezes o caso). Também sou chato porque reclamo sempre que algo não está certo, desde o ar condicionado muito frio, passando por ter muito sal na batatinha do Mac e chegando até minhas odisséias no cinema.<br />
<br />
Ah o cinema. Só pode ser perseguição. Aquela câmera na entrada tem um sistema de reconhecimento facial, tipo Minority Report. E dispara o alerta: o Heleno está no cinema! Imediatamente, uma pessoa, contratada pelo cinema, é enviada para sentar ao meu lado. E qual o job description dessa pessoa? Irritar o Heleno. Ponto. É só isso que ela tem que fazer, e faz muito bem, através de métodos variados, incluindo falar alto, não parar de falar, balançar a perna sacudindo toda fileira, entre outros. O de hoje resolveu inovar.<br />
<br />
No Kinoplex Itaim, vendo Wall Street 2 (excelente), o mala resolveu ficar batendo o pé no chão. E de duas uma: ou só eu percebo e me incomodo, ou os outros percebem mas não dão bola. Quero crer que não sou o único no mundo que gosta de ver um filme sem alguém tagarelando e fazendo barulhos do meu lado. Não posso ser o único. Por favor, alguém me diga que também se incomoda com essas coisas para eu não me sentir tão solitário.<br />
<br />
Por que acho que só eu me incomodo? Porque sou só eu que reclamo. <br />
<br />
- Tem alguém aqui batendo o pé no chão?, perguntei ao mala, pois eu não tinha certeza se era ele.<br />
<br />
- Sim, eu estou.<br />
<br />
- Você poderia parar de bater o pé no chão? Não estou conseguindo me concentrar no filme.<br />
<br />
Ele parou. A contragosto. Vi quando ele deu uma risadinha irônica, do tipo "que cara chato, eu nem tô incomodando ninguém, só ele reclamou"<br />
<br />
Eu ainda fiquei incomodado por uns 10 minutos. É uma situação estressante você ter que falar esse tipo de coisa. Mas vale a pena, sempre vale. Tenho certeza de que ele vai pensar antes de começar a bater o pé no chão novamente. Ninguém, nunca, deve ter reclamado com ele. Nessas horas, me sinto como uma espécie de vingador moral, um defensor dos fracos e oprimidos cinéfilos que não têm coragem de levantar a voz contra as injustiças da sala escura. Um salvador dos que não reclamam, afinal, "pra que buscar confusão"?<br />
<br />
<b>Ora, se algo lhe incomoda, busque confusão.</b> Ou sofra calado. Prefiro me expor. Tenho um histórico tão grande de reclamações no cinema que poderia fazer uns 10 posts só sobre isso. Como quando um cara me chamou de babaca, já que eu estava reclamando "só para impressionar minha namorada". Ou quando levei um pito da namorada porque eu estava fazendo <i>Pshhhht</i> para um mala mas "ninguém estava falando". Depois ela percebeu que havia sim alguém falando, e me deu razão - e para meu orgulho, tornou-se mais chata do que eu. Ou quando, num Cinemark vazio (filme nacional numa segunda) em Porto Alegre, 3 adolescentes ficaram gritando lá nas últimas fileiras. Fui até lá e os ameacei, um por um - era caso pra ameaça, eles não iriam parar de outra forma. Não adiantou, continuaram. Chamei o gerente, pedi reembolso e fui embora. Enfim, só alguns teasers do que acontece comigo.<br />
<br />
Então, sou sim um xiita do silêncio no cinema. Se você for ao cinema comigo, por favor, deixe os comentários para o final. Ou pelo menos fale bem baixinho no meu ouvido, para não incomodar os outros. E se você for da espécie <i>Cinefilus Falantis</i>, bom, sugiro sentar longe de mim. Ou ficar em casa. Aí você pode fazer o que lhe der na telha. Mas, pelamordedeus, não considere a sala do cinema como uma extensão natural da sua má educação ou falta de noção. <br />
<br />
O que me me tranquiliza em reclamar é saber que as pessoas geralmente não levam armas ao cinema, ou talvez eu já estivesse junto a James Dean no céu. Ou, mais provável, no inferno. Onde também vão estar todos malas que fazem barulho no cinema.Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-3195278120203764432010-09-04T22:11:00.000-03:002010-09-04T22:11:50.175-03:00O que aprendi com Helena<i>"A suprema felicidade da vida é ter a convicção de que somos amados." Victor Hugo</i><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgbIXONiQ_Tu59n3qLRKCaw6IV20cF5nlQTkn5xvj8lidG1yBoKHBqGb4zItk9KocLQ4lbMj1tpzVf5unoOhiFIf6lL212euR5GZah-pToUEsjYFiTJIQoHg71_jhmNLQUrBfD5AcxSyXo/s1600/DSC04267.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgbIXONiQ_Tu59n3qLRKCaw6IV20cF5nlQTkn5xvj8lidG1yBoKHBqGb4zItk9KocLQ4lbMj1tpzVf5unoOhiFIf6lL212euR5GZah-pToUEsjYFiTJIQoHg71_jhmNLQUrBfD5AcxSyXo/s640/DSC04267.JPG" width="640" /></a></div><br />
Helena é minha mãe. Meu nome é uma homenagem a ela, assim como o nome de minha irmã, Paula, é uma homenagem a meu pai, Paulo. Maria Helena, na verdade, é o nome completo de minha mãe, mas ela não gosta muito de Maria (desculpe, mãe, por revelar).<br />
<br />
Minha mãe é professora. Então na verdade aprendi muitas coisas com minha mãe, assim como todas pessoas que convivem com ela (principalmente meu pai).<br />
<br />
É difícil escrever esse texto, não que os outros sejam fáceis, mas este é mais, carregado de todos significados e emoções associadas a minha mãe. Queria que este texto fosse como um presente para ela, como aqueles que fazemos na escola, um cartão desenhado a mão, não um comprado numa livraria. Um cartão que só eu poderia dar, algo que só eu poderia criar, do início ao fim.<br />
<br />
No fim das contas, esse texto é mais sobre mim do que sobre minha mãe, assim como qualquer criação nossa diz mais sobre nós mesmos do que sobre o que estamos escrevendo. Escrevo esse texto enquanto participo de um curso sobre Escrita Criativa, mas não estou ouvindo o que diz a professora, que fala agora da diferença entre metáfora e metonímia. Acho que a professora vai me perdoar.<br />
<br />
Quero contar uma pequena história da qual lembrei outro dia. Quando eu tinha cerca de 10 anos escrevi uma peça de teatro, minha única peça até hoje. Teatro de fantoches. Eu adorava aqueles fantoches, alguns de borracha (turma do Chapeuzinho Vermelho) e outros feitos de papel machê pela Valéria, amiga da família. Entre eles estava o ET (primeiro filme que assisti, com meu pai, aos 6 anos, quando eu nem sabia ler. Isso certamente irritou as pessoas ao redor, pois meu pai lia para mim tudo que aparecia na tela).<br />
<br />
Quanto a peça, tinha que apresentá-la na praça municipal de Farroupilha (RS), onde me criei e meus pais moram até hoje. Então escrevi, dirigi e atuei em todos papéis. A história juntava o ET e a turma da Chapeuzinho, incluindo lenhador, avó e lobo mau. Não lembro bem do roteiro, sei que começava numa nave espacial, com o ET e a Chapeuzinho (?!?!?!?!). Foram 10 minutos de apresentação e não lembro do final.<br />
A única coisa de que lembro é de minha mãe chorando no final (creio que de felicidade, a peça não era tão ruim).<br />
<br />
Não perguntei porque ela estava chorando. Só a abracei. Eu conseguia ver o orgulho materno. Mas muito mais do que isso, eu via o amor. O amor incondicional de que tanto falam. Então não importa se a peça foi boa ou ruim, importa que eu me senti amado e amei de volta.<br />
<br />
O que aprendi então com minha mãe? Antes de falar, só quero lembrar de uma frase: "Só nos tornamos cúmplices da vida quando dizemos - de todo coração - uma banalidade". Aprendi com minha mãe a amar.<br />
<br />
Obrigado mãe e parabéns pelo teu aniversário. Parabéns pelo teu dia, que são todos os dias. Para sempre. Por toda eternidade, e mais um dia.<br />
<br />
Com amor,<br />
<br />
HelenoHeleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-77499521550517628452010-08-25T00:58:00.000-03:002010-08-25T00:58:25.992-03:00O que aprendi com a Mariana Weickert<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim6iJUuJY-cBZNODb_vVJWwM2iXd-mnvksnqEnhTvuklHFh2VNpJn7AHLM7FlroyWtPpOBhsdYu9YrQ5skBxmAEWfNDdG7NDmUfv2WE4rPvmIdtI-pdFK6cIync36Bm773FtcP8THQk9V0/s1600/mariana.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim6iJUuJY-cBZNODb_vVJWwM2iXd-mnvksnqEnhTvuklHFh2VNpJn7AHLM7FlroyWtPpOBhsdYu9YrQ5skBxmAEWfNDdG7NDmUfv2WE4rPvmIdtI-pdFK6cIync36Bm773FtcP8THQk9V0/s640/mariana.jpg" width="483" /></a></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: small;">Se você não sonhar alto, provavelmente não vai chegar longe.</span><br />
<br />
<div style="font-family: arial; font-size: small;">Em 2004, eu estava sonhando alto. Literalmente. Estava à bordo de um avião vindo para São Paulo para uma reunião na CUT (!) sobre uma análise de mercado dos sindicatos (!). Peguei a Zero Hora, e cai um encarte da C&A no chão, com fotos da então embaixadora da marca, Gisele Bundchen. Por algum motivo, eu estava obcecado pela Gisele. E aquilo me pareceu um sinal.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Acabada a reunião, peguei um táxi para Congonhas, junto com os publicitários que tinham me contratado. Perguntei se já tinham visto a Gisele. Não, não tinham. Mas eu não iria desistir tão facilmente da minha investigação.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Chegando em Congonhas, passo na livraria, e quem está lá? Sim, você errou. Não era a Gisele. Era a Mariana Weickert. A moça chama a atenção, como aliás qualquer modelo fora as modelos de pé. Não a achei bonita na verdade, ela tem um nariz estranho e um que de assimetria.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Ela escolheu um livro e foi para a fila, cheia de malas Luis Vitão e talicoisa. Eu peguei uma revista e fui atrás. E agora? O que eu faço? Seria bacana puxar um papo só para dizer que conheci uma modelo famosa. Ah, mas vai fazer isso pra ver como é difícil. A fila andava, e eu ali, tenso, ansioso, praticamente suando. Chegou a vez dela pagar. Ela sacou a carteira e puxou um cartão Visa Infinite Black, sem limite, algo que nunca mais vi na vida.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Eu não podia esperar mais. Era agora a hora. </div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Rã, rãm. Muito bom esse livro que você está comprando [<i>não era Paulo Coelho nem O Pequeno Príncipe</i>]</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Ah sim, me disseram que é bom.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Ei, você não é aquela modelo? Mariana hmmm..</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Weickert</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Sim sim!</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Sou eu mesma.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Legal!</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">[<i>Pausa na conversa. Ela estava sendo muito simpática. Mas eu não tinha acabado minha missão</i>.]</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Vem cá. Você conhece a Gisele, certo?</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Gisele?</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- É, Gisele Bundchen.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Sim</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- É sua amiga?</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Sim</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Me diz uma coisa...</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Claro</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">- Por acaso você não teria o e-mail da Gisele?</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Pausa. </div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Acreditem em mim, eu realmente falei isso e definitivamente não me orgulho nem um pouco. Acontece que obsessão é uma coisa assim, meio obsessiva. Ah, é tão fácil olhar para o passado e ver nossos erros.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">E qual foi a reação da Mariana? Ela pegou um papel, sacou sua Monblanque e anotou o e-mail da Gisele no verso do cartão dela?</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Quase isso. Ela falou assim, não exatamente com muita calma:</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><i>- Tu é um freak, brother! Vai ler um livro, vai correr, passear no parque, vai tomar um banho de sol! </i></div><div style="font-family: arial; font-size: small;">[Obs: eu estava com falta de vitamina D]</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">E se foi com suas Luíses Vitões pelo saguão.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><div>Embarquei de volta a Porto Alegre me sentindo tão ridículo que resolvi escrever uma carta me desculpando pelo absurdo. Nunca enviei - ainda bem pois isso seria ainda mais ridículo. Em 2005, voltei a São Paulo e fui almoçar com colegas no Restaurante Na Mata, conhecido por ter um staff de modelos. E quem estava lá? Sim, Mariana Weickert. Achei de bom tom (bom não, ótimo tom) não falar com ela. </div><div><br />
</div></div><div style="font-family: arial; font-size: small;">O que eu aprendi com a Mariana Weickert então foram duas lições, uma óbvia e a outra nem tão óbvia.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><b>1 - Nunca peça o e-mail de uma modelo famosa para outra modelo famos</b>a.</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><b>2 - Se você sonhar alto, mas não tiver os pés no chão, provavelmente vai sair voando por aí. E se estatelar no solo.</b> </div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Depois disso tudo, minha obsessão com a Gisele Bundchen acabou, continuei lendo livros como sempre fiz, mas resolvi tomar mais banhos de sol. É bom.</div>Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-37101735678570032402010-08-17T08:46:00.001-03:002010-08-17T14:10:46.848-03:00Como me tornei um velho ao dirigir, sem perder a juventude<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg169ZfS-69gX4ApQ-_q5JkuBURTzclxEISOQ94y0eCXFDRwuZ63zT4AtxUnD9nnF4RDV_DWlJrXua46JX_1ilhE1INFfhQr9rmWqxbev7hKcv_7dU0ViEW2CmLx6gPCnxB1PUQzja1bZ1O/s1600/Dodge+Charger+on+Highway+101.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg169ZfS-69gX4ApQ-_q5JkuBURTzclxEISOQ94y0eCXFDRwuZ63zT4AtxUnD9nnF4RDV_DWlJrXua46JX_1ilhE1INFfhQr9rmWqxbev7hKcv_7dU0ViEW2CmLx6gPCnxB1PUQzja1bZ1O/s640/Dodge+Charger+on+Highway+101.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Califórnia. Pacific Coast Highway. A caminho de San Franciso. Num Dodge Charger. Um abril de 2009 mágico.</td></tr>
</tbody></table><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">Mudar um hábito ou comportamento é difícil mas é possível. Parar de fumar, emagrecer, se exercitar. Parar de correr no trânsito também é possível. Sei porque eu mudei.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">Basicamente um dia achei que estava gastando muita gasolina. 6 km por litro não é uma marca muito boa, e o computador de bordo estava indicando isso. Então resolvi que ia tentar aumentar essa média. Pra conseguir isso foi preciso andar mais devagar, sem pressa.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">Já faz mais de um mês que mudei completamente meu estilo de dirigir. Já consegui melhorar a média para 6,2 km por litro. Sim, foi pouco, mas foi um grande passo para mim. E quer saber? Continuo chegando nos lugares. Agora com mais tranquilidade e economizando mais. Não quer dizer que não vou dar uma acelerada de vez em quando. Mas vai ser uma ocasião especial.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">Como foi aliás a odisséia para deixar minha prima Yara no aeroporto de Guarulhos neste domingo. Às 14:35 estávamos saindo do restaurante para chegar no aeroporto por volta de 15:15. Mas eis que chega uma mensagem de minha afilhada Aline (minha prima e afiliada espiritual pois fui padrinho de crisma dela e naquele instante passei a ela toda fé que porventura eu ainda tivesse). Ela acabava de pousar em Congonhas para pegar uma conexão a Joinville. E aí não tivemos dúvida: vamos dar uma "passadinha" para dar um "oi", bem rapidinho. Tínhamos que estar em Guarulhos no máximo 15:30 - o vôo da Yara saía às 16 hs - ou seja, exatamente no limite do permitido pela legislação.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">Depois de um oi, dois ois, conversas risadas, fotinho, carro perdido no estacionamento, etc... saímos de Congonhas às 15:05. Ou seja, o trajeto entre Congonhas e Guarulhos, 39 km, teria que ser percorrido em menos de 25 minutos para dar tempo de chegar ao balcão do check-in. Não é exatamente a coisa mais fácil, mesmo em um domingo nublado e frio em São Paulo.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-size: 13px;">É nestes momentos que a Rodovia Ayrton Senna faz jus a seu nome, e se transforma numa verdadeira Autobahn alemã. E uma Autobahn não tem limite de velocidade. A qualidade da pista é ótima, larga, nova, e sem muito trânsito. Então foi preciso acelerar um pouco. E conseguimos. Deixei a Yara no portão de embarque às 15:28, e minutos depois ela me ligou dizendo que tinha conseguido.</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-size: 13px;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-size: 13px;">Agora eu estava livre para voltar a dirigir como um velho num domingo procurando um endereço numa rua desconhecida à noite sem óculos.</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-size: 13px;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-size: 13px;">But...</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-size: 13px;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-size: 13px;">O domingo ainda não tinha acabado. E eu precisava ainda encontrar uma pessoa que estava me esperando. Uma pessoa muito especial para mim. E a Autobahn ainda estava (relativamente) livre. Então aproveitei o puro prazer de dirigir à luz de um sol preguiçoso em um domingo que seria ainda mais especial.</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-size: 13px;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-size: 13px;">A solução não é correr. É sair antes. E chegar.</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-size: 13px;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-size: 13px;">Mas se eu estiver numa Autobahn - e uma pessoa importante estiver me esperando - esticar um pouco mais a marcha será sempre um prazer.</span></span>Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-45401802375110064302010-08-11T00:05:00.000-03:002010-08-11T00:05:16.643-03:00Não dizer não quer dizer não sentir<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://posterous.com/getfile/files.posterous.com/temp-2010-08-10/topguIJnlhiorJJoJgGAcDGyDItgJdDDiExykDegAumpuncJBfJoFqvvildc/97544746.jpg.scaled500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="http://posterous.com/getfile/files.posterous.com/temp-2010-08-10/topguIJnlhiorJJoJgGAcDGyDItgJdDDiExykDegAumpuncJBfJoFqvvildc/97544746.jpg.scaled500.jpg" width="400" /></a></div><br />
<br />
Mas como não é assim, ela saiu. Sem olhar para trás. Sem dar tchau. Sem nem ao menos fazer menção de tchau. Como se nunca, nada houvesse acontecido.<br />
<br />
Então pegou o carro.<br />
<br />
Acelerou,<br />
<br />
Ligou o rádio,<br />
<br />
Trocou de estação,<br />
<br />
Gritou,<br />
<br />
Aumentou o volume,<br />
<br />
Acelerou ainda mais,<br />
<br />
Aumentou o volume ainda mais,<br />
<br />
Cantou,<br />
<br />
Acendeu um cigarro,<br />
<br />
Olhou o celular,<br />
<br />
Mexeu na bolsa,<br />
<br />
===================== Freou.<br />
<br />
Parou.<br />
<br />
E voltou.Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8351255331608567483.post-76979023302993382112010-08-07T18:08:00.005-03:002010-08-07T18:20:06.476-03:00Mas não foi isso que eu quis dizer...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.toonpool.com/user/1107/files/misunderstanding_171975.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="282" src="http://www.toonpool.com/user/1107/files/misunderstanding_171975.jpg" width="320" /></a></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: small;">Já é difícil o bastante decifrar uma mensagem quando estamos de cara a cara com alguém. Quando estamos distantes então, as dificuldades se multiplicam. A questão é aquela que todo mundo sabe: a comunicação é falha (mas é nossa vida, como diz o slogan de uma grande empresa :)</span><br />
<div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Fiquei pensando nisso porque já vi tantas vezes comunicações falhas arruinarem relacionamentos. Ou se não arruinaram, pioraram bastante. Se você vivesse na Grécia antiga e quisesse falar com sua Helena ou Heleno, teria que falar cara a cara. Ou escrever uma carta rudimentar em papiro ou argila, o que não foi um grande estímulo à indústria dos correios na época. Se você vivesse na Inglaterra Vitoriana, da mesma forma, teria que escrever uma carta - só que dessa vez já seria mais fácil escrever, enviar e receber resposta. </div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">E hoje? Hoje você pode falar cara a cara, webcam a webcam, iphone4 para iphone4, msn a msn, gmail a gmail, facebook a facebook, twitter a twitter, sms a sms, e até mesmo por carta. Mas quem escreve cartas hoje em dia? Fico pensando naqueles romances antigos, em que os amantes trocavam longas cartas, longas mesmo, do tipo que hoje faria sua mão doer de tanto escrever. </div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">Certamente havia conflitos, problemas de entendimento, mas suponho que tudo tivesse que ser mais explicado, mais bem construído, mais estruturado, pois não havia chance de você dar uma réplica instantânea, ou pegar o telefone e ligar na hora para esclarecer algum ponto duvidoso. Se hoje ficar alguma dúvida, você responde na hora. Ou liga na hora. Se isso permite resolver imbróglios de forma mais rápida, também permite criar confusão de forma quase instantânea, a partir de uma vírgula no lugar errado ou da falta de um :) ao final de uma observação irônica. Aliás, a ironia frequentemente pode virar contra o "ironeiro".</div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">E como nos comunicamos hoje então? Pior do que antigamente? Diria que não. A comunicação e as tecnologias de comunicação mudam o tempo todo. As consequências de cada mudança são difíceis de prever. Hoje podemos acabar um relacionamento por sms, em vez de usar uma carta. Mais brutal? Talvez. Errado? Quem sou eu para julgar. Indelicado? Definitivamente. </div><div style="font-family: arial; font-size: small;"><br />
</div><div style="font-family: arial; font-size: small;">A tecnologia e a facilidade de comunicação não botaram por terra a necessidade de sermos dignos, educados, civilizados. O que elas fazem é facilitar a indelicadeza que existe em cada um de nós, aproveitando-se de nossa capacidade inata para emocionarmo-nos de formas imprevisíveis. O que eu quero dizer com isso? Pense naquela ligação que você fez às 4 da manhã para sua ex saindo bêbado de uma balada. Certamente Sócrates não passou por essa.</div>Heleno Schneiderhttp://www.blogger.com/profile/13832741898755537870noreply@blogger.com1