sábado, setembro 04, 2010

O que aprendi com Helena

"A suprema felicidade da vida é ter a convicção de que somos amados." Victor Hugo


Helena é minha mãe. Meu nome é uma homenagem a ela, assim como o nome de minha irmã, Paula, é uma homenagem a meu pai, Paulo. Maria Helena, na verdade, é o nome completo de minha mãe, mas ela não gosta muito de Maria (desculpe, mãe, por revelar).

Minha mãe é professora. Então na verdade aprendi muitas coisas com minha mãe, assim como todas pessoas que convivem com ela (principalmente meu pai).

É difícil escrever esse texto, não que os outros sejam fáceis, mas este é mais, carregado de todos significados e emoções associadas a minha mãe. Queria que este texto fosse como um presente para ela, como aqueles que fazemos na escola, um cartão desenhado a mão, não um comprado numa livraria. Um cartão que só eu poderia dar, algo que só eu poderia criar, do início ao fim.

No fim das contas, esse texto é mais sobre mim do que sobre minha mãe, assim como qualquer criação nossa diz mais sobre nós mesmos do que sobre o que estamos escrevendo. Escrevo esse texto enquanto participo de um curso sobre Escrita Criativa, mas não estou ouvindo o que diz a professora, que fala agora da diferença entre metáfora e metonímia. Acho que a professora vai me perdoar.

Quero contar uma pequena história da qual lembrei outro dia. Quando eu tinha cerca de 10 anos escrevi uma peça de teatro, minha única peça até hoje. Teatro de fantoches. Eu adorava aqueles fantoches, alguns de borracha (turma do Chapeuzinho Vermelho) e outros feitos de papel machê pela Valéria, amiga da família. Entre eles estava o ET (primeiro filme que assisti, com meu pai, aos 6 anos, quando eu nem sabia ler. Isso certamente irritou as pessoas ao redor, pois meu pai lia para mim tudo que aparecia na tela).

Quanto a peça, tinha que apresentá-la na praça municipal de Farroupilha (RS), onde me criei e meus pais moram até hoje. Então escrevi, dirigi e atuei em todos papéis. A história juntava o ET e a turma da Chapeuzinho, incluindo lenhador, avó e lobo mau. Não lembro bem do roteiro, sei que começava numa nave espacial, com o ET e a Chapeuzinho (?!?!?!?!). Foram 10 minutos de apresentação e não lembro do final.
A única coisa de que lembro é de minha mãe chorando no final (creio que de felicidade, a peça não era tão ruim).

Não perguntei porque ela estava chorando. Só a abracei. Eu conseguia ver o orgulho materno. Mas muito mais do que isso, eu via o amor. O amor incondicional de que tanto falam. Então não importa se a peça foi boa ou ruim, importa que eu me senti amado e amei de volta.

O que aprendi então com minha mãe? Antes de falar, só quero lembrar de uma frase: "Só nos tornamos cúmplices da vida quando dizemos - de todo coração - uma banalidade". Aprendi com minha mãe a amar.

Obrigado mãe e parabéns pelo teu aniversário. Parabéns pelo teu dia, que são todos os dias. Para sempre. Por toda eternidade, e mais um dia.

Com amor,

Heleno